Bolsas FCT, a fuga(?)
Como já devem saber, por erro ou descuido da FCT, as listas com a seriação dos candidatos estiveram disponiveis no próprio site da Fundação. Quem as consultou fez uma cópia para si, que depois disponibilizaram no fórum da ABIC (Associação de Bolseiros de Investigação Cientifica).
Quem parece que não gostou foi o Presidente da FCT que se insurgiu afirmando tratar-se de um "acto irresponsável e eticamente condenável".
Ora que eu saiba o erro foi totalmente da FCT que disponibilizou as listas quando não o queria fazer. Se o erro foi dos serviços porque clamam? Provavelmente os primeiros candidatos a bolseiros a consultar o site nem se deverão ter apercebido que de um erro se tratava. De facto ignoro o modo de como as listas foram obtidas, apenas sei que estavam disponíveis no site da FCT, o que é deveras estranho.
Contudo a discussão deveriam ser outras: 1) o funcionamento da FCT; 2) o próprio conceito de emprego científico.
O que leva a que as listas já estejam seriadas há bastantes tempo mas que não saiam de um casulo só porque lhes falta uma decisão política. Deixam-se assim os candidatos no desespero até à data em que finalmente os senhores do Ministério se dignem a dizer alguma coisa à FCT. Apenas falta decidirem qual a percentagem de bolsas a atribuir a cada área. Tendo o processo sido iniciado há largos meses (Março, creio), porque é que ainda nada se decidiu?
Porque é todo o processo feito às escuras, só tendo os candidatos acesso aquando da finalização do processo? Se a lista existe porque não é disponibilizada atempadamente, juntamente com outros elementos que existam a tempo e horas, ao contrário da decisão política. Bem sei que o prazo legal acaba dia 28 de Agosto, mas tornar as coisas mais simplex não era o desejado?
A investigação científica coaduna-se com uma sazonalidade de 4 anos? Após 4 anos a formação, o investimento e a pessoa podem simplesmente ser jogados no lixo!?
É a receita neo-liberal. Deixar os trabalhadores tão assustados que se submetem a tudo. Quanto mais assustado se deixa o trabalhador menos poder reivindicativo terá. A ansiedade da espera pelos resultados da vida futura é chamada do saudável processo de mobilidade e flexibilidade.
A seu tempo quero ver se escrevo algo mais sobre o assunto.
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