domingo, julho 23, 2006

O Almoxarife do Desejo

Castelo de Óbidos

Telhados dependurados
Recortes de terra vermelha
Geometricamente alinhados
No caos mnemónico

Regressado da jornada
Avanço vagarosamente
Pelo metal enclausurado
Ávido de mitigar a demanda

No tumulto libertado
Me torno cobiçoso infante
O sentido correcto percorro
Alcançando o local errado

Do bestial presságio
Se enceta novo rumo
Abraçando o fausto
Almoxarife do desejo

O branco marfim que sibila
E o escarlate que o acaricia
Entoam o velho barro solitário
Dos telhados que nos cercam

Se o que foi continuava a ser
O que foi deixou de ser
Partindo do Ser
O que será!?

Telhados que perduram