Esperanto
Segunda-feira passei pela Assembleia Municipal de Aveiro e encontrei uma exposição sobre a língua esperanto - uma tentativa de 2ª língua universal. Vim depois a saber que estavamos no dia mundial das línguas ou lá o que era.
Eu oponho-me a línguas universais, quer seja o esperanto, o inglês ou qualquer outra. A língua é um dos expoentes máximos da expressão cultural de um povo já que é por ela que se apreende a realidade e o conhecimento significado-significante. A língua é ainda um dos principais veículos de transmissão para a geração seguinte.
Pela referida exposição ainda fiquei menos adepto do esperanto! Descobri que se trata de uma língua simples, sendo essa a sua característica mais proclamada! George Orwell realizou ensaios académicos demonstrando o empobrecimento e simplificação da língua inglesa ao longo dos séculos. Uma língua simples não é necessáriamente uma língua melhor, bem pelo contrário. O mesmo Orwell concebeu no seu livo 1984 uma linguagem nova que a sociedade distópica do romance pretende implementar na sociedade. A base desta linguagem é a simplicidade. O livro termina com um apêndice sobre a Novilíngua de interessante leitura...
3 Comments:
www.2-2.se
www.esperanto.net
Bem, pelos vistos o Esperanto tem uma grande máquina de propaganda que eu desconhecia!
Acho que quem te explicou o que era o Esperanto não soube se expressar com
clareza. Digo isso porque o que você disse, na verdade é **a favor** do
Esperanto, não contra :-)
Você disse: """A língua é um dos expoentes máximos da expressão
cultural de um povo já que é por ela que se apreende a realidade e o
conhecimento significado-significante. A língua é ainda um dos principais
veículos de transmissão para a geração seguinte."""
Pois então você e os esperantistas concordam! :-) É justamente **contra** a
dominação de uma cultura contra as outras que o Esperanto se coloca. Foi isso
que quiseram dizer como "2ª" língua. Uma língua para pessoas de origens
diferentes se compreenderem sem abrirem mão de suas próprias línguas (e sem que
um dominado precise aprender a língua de seu dominador).
Outro ponto importante é que uma língua simples não é o mesmo que uma língua
simplória, inexpressiva. Trata-se, sim, de uma língua onde conceitos básicos
podem ser aplicados de forma simples, generalizadora, de modo a atingir uma
maior expressividade sem impor dificuldades (irregularidades) desnecessárias.
Os artigos do Claude Piron dão uma boa explicação sobre isso: veja os links
www.geocities.com/c_piron e claudepiron.free.fr
Enviar um comentário
<< Home