quarta-feira, novembro 29, 2006

O homem dos 7 ofícios

José Esteves assumiu finalmente a autoria material do atentado, agora que o caso Camarate prescreveu em Setembro. Afirma que o fez a mando da Administração americana que traficava armas para o Irão e Síria.

Mas quem é este suspeito de longa data, cuja existência folclórica concentrou todos os focos dos media ao longo dos anos, ofuscando a mão que lhe terá passado o cheque?

Fez parte do grupo terrorista CODECO (que para além de assassínios ideológicos como o do Padre Max, ainda se dedicou a "limpar" familiares inconvenientes dos próprios membros do comando), foi segurança de Sá Carneiro e mais tarde de Freitas do Amaral. Como qualquer galã exerceu a profissão de detective privado. Como a vida é curta e há que aproveitar foi segurança na Universidade Moderna, tendo sido chamado como testemunha no famoso caso. O seu nome apareceu também ligado à tomada da Casa do Sino (local de reuniões da Loja Maçónica GLRP) pelos apoiantes do então reitor da Moderna.

Recém convertido ao Islão. Actualmente exerce bruxaria a tempo inteiro sob o nome de Sô Zé (foto). Atende em Lisboa e participou nas Noites Marcianas e no Hérman SIC. Anunciada a sua entrevista revelação que saí hoje, foi detido na segunda-feira por andar a meter caveiras em centros comerciais e à entrada da SIC, e de um envelope escrito em árabe na Lusa.

Portanto a minha questão é muito simples. Como é que um ex-terrorista como José Esteves consegue ser inocentemente contratado para segurança do Primeiro-Ministro (que agora alega ter assassinado), posteriormente de um candidato a Presidente da República e por fim da Universidade Moderna?