Análise (sort of)
Visivelmente, para o mui liberal Bruno Gonçalves, a realidade é um empecilho às suas análises.
Vai daí escreve que nesta iniciativa [ver cartaz à esquerda] se podem «aprender argumentos usados na URSS», não o preocupando o facto desta corrente política - assim como as outras que integram o Bloco - sempre se ter oposto à União Soviética e às suas práticas.
Mais, acrescenta que tem curiosidade em «compreender como ainda é possível discutir ideias mais que enterradas, para uma plateia em pleno século XXI». Desta vez não o preocupa que alguns destes temas nem sequer existissem antes deste século, como por exemplo: a genética; o trabalho precário; a Refundação Comunista no Governo Italiano; as negociações na Auto-Europa.
Mas não perca a esperança, continue a escrever por estereótipos que eventualmente um dia a realidade vergar-se-à às suas análises.
5 Comments:
Caro Nelson,
Muito curioso o seu argumento que "a realidade é um empecilho" às minhas análises. Olhando para a tradição marxista ao longo dos tempos, falar de "empecilho" em relação à realidade é um tanto irónico...
Quando escrevi o post, fi-lo um pouco a brincar, mas fiquei surpreendido com o tom sério, com que a maior parte das pessoas levaram a sério (todas de esquerda, por acaso... a vida nos blogs tem destas coincidências...). Isso diz muito da esquerda que ainda hoje temos, principalmente a esquerda marxista e a esquerda ligada ao bloco (que sinceramente ainda não percebi muito bem onde se situa, mas enfim...)
A preocupação do Bloco, e dos seus apoiantes, em se demarcarem na URSS é louvável. Duvido porém, caso tivesse oportunidade de assistir à "iniciativa", que não encontrasse velhos resquícios soviéticos. Mas enfim, é apenas um palpite, conhecendo o mix ideológico que é o bloco.
Quanto aos temas, não posso deixar de sorrir com a sua resposta. Se é verdade que os temas são recentes, só me falta dizer que as abordagens a estes constituirão uma ruptura ao velho pensamento marxista. Isso sim, seria fugir à realidade.
Mas caro Nelson, caso vá à iniciativa, faça um conjunto de posts sobre os temas tratados. Eu aqui virei para ler, e quem sabe, comentar... Como disse no post, tenho mesmo curiosidade na iniciativa, mesmo que seja um pouco "mórbida", confesso.
Abraço
Caro Bruno,
Percebi o seu tom menos sério a falar sobre a iniciativa.
Contudo a crítica fácil e bastante usual de nem olhar para as propostas da esquerda rotulando-as logo de soviéticas, mesmo que essa esquerda sempre tenha criticado e tenha feito oposição a esse tipo de experiência é que me levou a responder. Aliás, um dos principais eixos do Bloco é exactamente o aprofundamento da democracia participativa.
E se falamos de coisas antigas, Adam Smith tem um século a mais que Marx. E é evidente que a leitura de ambos não dispensa uma análise, adaptação e reinvenção para a sociedade contemporânea.
Não tenho pretensões de que a ideia seja nova só para o ser, mas se reparar na posição da esquerda perante as questões ambientais vê uma clara ruptura com as práticas soviéticas, assim como no campo da identidade de género.
Caro, Bruno Gonçalves:
Aprenderá, pela vida fóra que, existem assuntos, dos quais as brincadeiras são de gosto duvidoso.
Opinar, discutir ideias diferentes é uma coisa séria e louvável... brincar será banalizar aquilo que é sério... nada aconselhável.
Caro Jorge Afonso,
Obrigado pelo conselho. De qualquer das formas, não vejo nada de duvidoso, por isso convido-o a relaxar um pouco e não se sentir tão incomodado com um comentário daqueles...
Nada incomodado, Bruno Gonçalves... como bem disse, foi sómente um conselho.
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