Jornalismo de Causas - CM
Na capa do Correio da Manhã de hoje podemos ler que "Aborto legal vai custar 20 milhões ao Estado". Chegaram ao valor aplicando o custo dos abortos legais ao número extrapolado de ilegais que ocorrem actualmente. Desconheço se as verbas em causa serão estas ou não, nem me interessa para a discussão.
No site do CM decorre ainda o inquérito online: "SNS: Aborto deve ser gratuito só para pobres?"
Antes de mais convém contextualizar a capa do CM. Ao fim de 27 anos de existência e nas vésperas do referendo o CM publicou finalmente os seus estatutos editoriais, onde se pode ler "O Correio da Manhã apoiará de forma firme a instituição Família, o direito à Vida e assume o seu apreço pelas raízes cristãs da sociedade portuguesa".
No site do CM decorre ainda o inquérito online: "SNS: Aborto deve ser gratuito só para pobres?"
Antes de mais convém contextualizar a capa do CM. Ao fim de 27 anos de existência e nas vésperas do referendo o CM publicou finalmente os seus estatutos editoriais, onde se pode ler "O Correio da Manhã apoiará de forma firme a instituição Família, o direito à Vida e assume o seu apreço pelas raízes cristãs da sociedade portuguesa".
O momento em que surgiu o estatuto e o seu conteúdo deixarão poucas dúvidas. Foi publicado para que, até ao referendo, o CM possa assumir uma postura editorial a favor do Não no referendo. O CM tem todo o direito de o fazer, e aprecio bastante o facto de o terem publicado o estatuto editorial. Assim o leitor fica a saber que é um jornalismo comprometido com uma causa (trabalho que em nada questiono, desde que mantenha a veracidade dos factos). É assim importante saber que quando se lê o CM, a escolha, tratamento e priorização das notícias segue esse estatuto editorial, em que o Não no referendo é defendido.
Dessa forma não é notícia no CM quais os gastos no tratamento das mulheres que, face a terem efectuado um aborto sem cuidados de saúde adequados, dão entrada no SNS com mazelas gravíssimas.
Sobre o facto em si já escrevi aqui em mais pormenor. Ao SNS não compete fazer juízos morais, mas sim cumprir a legalidade, que neste caso será estabelecida por todos os cidadãos através de referendo.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home