A luta toda
A 8 de Março de 1857, as mulheres empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil fizeram um grande protesto em Nova Iorque contra o reduzido salário (1/3 do masculino) e a redução do horário de trabalho de 16h para 10h diárias. [ilustração de Barbara Kruger]
Alguns historiadores referem que este protesto acabou com um grande incêndio de uma fábrica onde as mulheres foram trancadas, morrendo 130. Outros negam esta versão, remetendo a confusão para um incêndio de uma fábrica em 1911 que - por falta de segurança no trabalho - vitimou 146 mulheres trabalhadoras. De qualquer das formas, o Dia da Mulher teve a sua génese na luta das mesmas pelos seus direitos laborais.
Em 1910, por proposta de Clara Zetnik - dirigente comunista alemã - a data desse protesto foi instituída pela Internacional Socialista como Dia Internacional da Mulher. Desde 1957 a celebração é assumida pela ONU.
Acredito que a celebração de um dia apenas como evocação do passado é um exercício inútil. Deverá ter como objectivo providenciar a perspectiva histórica necessária para reflectir sobre o presente e projectar as lutas e conquistas para o futuro. Porém, a nível institucional apenas se apresentou a luta pelos direitos da sexualidade - neste e nos últimos anos em especial a questão da violência doméstica [que em nada é periférica]. A outro nível, assistimos à sua transmutação em mais um dia de prendas, bastando estar atento às montras: flores e chocolates.
A questão dos direitos laborais da mulher parece ter caído em esquecimento dando a ideia de que tudo já foi conquistado e solucionado. Contudo, neste momento e no nosso país uma mulher ganha menos pelo mesmo trabalho que um homem, corre o risco de perder o emprego ao engravidar, vê os lugares de chefia continuam-lhe vedados, e persiste como única responsável pela dupla jornada de trabalho (sendo que o doméstico não é remunerado); ao mesmo tempo que o demprego da mulher é superior e crescente.
Que fique bem claro: não defendo a primazia da luta laboral sobre as outras, dedico o texto exclusivamente a esta questão apenas porque a vi esquecida. Considero o resultado no referendo uma tremenda conquista para a condição da mulher e que a discussão gerada na sociedade permitirá ir mais além. Importa travar todas as lutas de todos e todas. Não posso aceitar a sonegação de uma das lutas essenciais; a igualdade passa também pelos direitos laborais da mulher.
Alguns historiadores referem que este protesto acabou com um grande incêndio de uma fábrica onde as mulheres foram trancadas, morrendo 130. Outros negam esta versão, remetendo a confusão para um incêndio de uma fábrica em 1911 que - por falta de segurança no trabalho - vitimou 146 mulheres trabalhadoras. De qualquer das formas, o Dia da Mulher teve a sua génese na luta das mesmas pelos seus direitos laborais.
Em 1910, por proposta de Clara Zetnik - dirigente comunista alemã - a data desse protesto foi instituída pela Internacional Socialista como Dia Internacional da Mulher. Desde 1957 a celebração é assumida pela ONU.
Acredito que a celebração de um dia apenas como evocação do passado é um exercício inútil. Deverá ter como objectivo providenciar a perspectiva histórica necessária para reflectir sobre o presente e projectar as lutas e conquistas para o futuro. Porém, a nível institucional apenas se apresentou a luta pelos direitos da sexualidade - neste e nos últimos anos em especial a questão da violência doméstica [que em nada é periférica]. A outro nível, assistimos à sua transmutação em mais um dia de prendas, bastando estar atento às montras: flores e chocolates.
A questão dos direitos laborais da mulher parece ter caído em esquecimento dando a ideia de que tudo já foi conquistado e solucionado. Contudo, neste momento e no nosso país uma mulher ganha menos pelo mesmo trabalho que um homem, corre o risco de perder o emprego ao engravidar, vê os lugares de chefia continuam-lhe vedados, e persiste como única responsável pela dupla jornada de trabalho (sendo que o doméstico não é remunerado); ao mesmo tempo que o demprego da mulher é superior e crescente.
Que fique bem claro: não defendo a primazia da luta laboral sobre as outras, dedico o texto exclusivamente a esta questão apenas porque a vi esquecida. Considero o resultado no referendo uma tremenda conquista para a condição da mulher e que a discussão gerada na sociedade permitirá ir mais além. Importa travar todas as lutas de todos e todas. Não posso aceitar a sonegação de uma das lutas essenciais; a igualdade passa também pelos direitos laborais da mulher.
Etiquetas: direitos laborais, mulher
1 Comments:
Um bjinho para Ti, Voltarei com mais serenidade,
Papoila Sonhadora,
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