Lar doce lar
A habitação enquanto produto financeiro foi uma excelente forma de enriquecimento de poucos à custa do empobrecimento de muitos. Enquanto durou este crescimento contínuo assente em falsos pressupostos, o centro das nossas cidades foi ficando deserto, já que a prioridade se centrou em adicionar novas peças ao mercado, privilegiando a construção desenfreada em solo virgem.
Entretanto, a bolha da especulação imobiliária rebentou e descobriu-se o óbvio: a procura não tinha sustentação financeira para comportar aqueles preços e afinal o valor real das habitações era bastante inferior ao transaccionado. Face a isto, o poder público decide mudar o embrulho financeiro. O Governo anunciou um fundo de arrendamento imobiliário, criando um novo negócio para os bancos. Por outro lado, as autarquias prevêem recuperar os seus centros urbanos com a criação de parcerias público-privadas.
Uma acção decisiva de esquerda só poderá passar pela ruptura da visão da habitação enquanto produto financeiro e o retorno ao seu papel de albergue e à universalização do direito a esta necessidade social básica. Não bastam rebuçados com outro embrulho.
Etiquetas: especulação imobiliária, habitação
2 Comments:
pergunto-me se nao sera sectario tambem ir reagindo politicamente no proprio sitio do congresso quando se foi convidado apenas por tradição democrática?
ficou mal ao sr. vitalino e ao moçoilo do bloco que lá foi.
Está bem. Seja feliz!
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