A solução é eu não fazer parte da solução
Aveiro: Autocarros falham serviço público
Os transportes públicos em Aveiro já tiveram melhores dias. A concessão é a única solução sugerida pela autarquia
Há algumas ilações a retirar desta notícia. A primeira é que não se pode reconhecer serviço público naqueles que querem que ele o deixe de ser. Em segundo, porque é que aqueles que se auto-rotulam de incompetentes na gestão da coisa pública, no caso concreto da MoveAveiro, e a deixaram chegar a este estado, são precisamente aqueles que apresentam uma solução dita milagrosa, no caso a privatização? Se as suas opções até à data falharam, porque é que é crível que a sua nova opção seja milagrosa? Talvez porque a solução apresentada seja: agora "nós" deixaremos de tomar opções sobre a coisa pública, ela deixará de ser pública, mas continuaremos a financia-la através de uma renda! A solução é os proponentes da solução saírem da esfera da solução... elucidativo...
Etiquetas: Aveiro
2 Comments:
Devem ser os únicos gestores no mundo que dizem "deixem os outros gerir que gerem melhor"...fantástico.
E ninguém estranha?
Estou mesmo a ver o Amorim, "epá a corticeira está muita mal gerida, vou deixar nacionalizar que eles são melhores". O que é que aconteceria no privado se um gestor se auto-intitulasse de incompetente e ainda por cima fizesse intenções de concessionar ao público...olho da rua, com certeza. É preciso ver que isto é um assalto ao património público, a questão do privado-público não é uma questão de quem gere melhor, porque os objectivos são claramente distintos. Os serviços públicos tem controlo democrático e são orientados pela pressão democrática para o exercício de um serviço baseado na qualidade, ao passo que os serviços privados são orientados para os gastos mínimos que permitam o maior retorno possível do mercado.
As pessoas deviam pensar duas vezes se é sensato votar em pessoas que se candidatam cargos públicos mas que não querem sector público. É uma questão lógica e de coerência, então um indivíduo é eleito para gerir a coisa pública e este renuncia às suas responsabilidades privatizando-a...
Imagine-se outra vez o processo inverso, um indivíduo nomeado para gestor da coisa privada que de seguida entrega tudo ao sector público, haja pachorra.
Felizmente nao vou ter de ir de autocarro à convenção do bloco.
Vou assistir à análise isenta do blog do 31 da armada!
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