A indigência é um nicho de mercado pouco explorado
No dia em que o Papa critica a especulação no preço dos alimentos e que a comida seja colocada no mesmo plano que as outras mercadorias, eis que Jacques Diouf - director-geral da FAO - desafiou os privados a imaginarem mercado em que as vítimas da fome seriam consumidoras: "Imaginem o impacto no mercado se mil milhões de pessoas [o número dos que sofrem de fome] se tornassem consumidores".
O valor da alimentação está sujeito a especuladores privados, fazendo com que o seu preço não esteja relacionado com a sua necessidade social social mas sim com o proveito económico de meia-dúzia à custa da fome de milhões. Porém, a FA não vê qualquer problema na especulação
As empresas privadas exploram com apoios públicos e impunidade a capacidade agrícola de países em vias de desenvolvimento para gerar mais-valias através da exportação agrícola para o norte, não gerando nesses países qualquer ganho social ou qualquer contribuição para a sustentabilidade alimentar da região (bem pelo contrário).
As empresas privadas tem gerado fortunas através da monopolização que tem gerado na produção agrícola com a perda de espécies/variedades, a patente sobre novas variedades e seus produtos químicos específicos.
Contudo, para o director da FAO os "privados" não tem que contribuir para a resolução de nenhum deste e de outros problemas que causam e de que beneficiam, como ainda devem beneficiar do lucro potencial que a pobreza actual lhes pode conferir. É esta a solução preconizada por Jacques Diouf e a FAO.
Etiquetas: agricultura, capitalismo
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