A forma enquanto conteúdo
Hoje no Diário de Aveiro: Como analisa a actual situação interna no PSD, com a saída de Luís Filipe Menezes da direcção e de Ribau Esteves da secretaria-geral?
A crise do PSD é mais profunda que a crise da actual direcção. É a crise de um partido cujo espaço ideológico, e cuja base social e eleitoral foi ocupada por José Sócrates. Na essência, as políticas do governo de José Sócrates são as mesmas de um eventual governo PSD.
O PSD é acima de tudo um partido de exercício do poder, com todas as dependências que daí advém. Como as políticas do governo PS são as suas, tem tentado encontrar novas formas de comunicação para alcançar o poder novamente.
Por um lado, o populismo. Dizer a cada momento o que se julga que a população quer ouvir, mesmo que seja contrário ao que se disse ontem. Exibir e exacerbar as qualidades pessoais do líder. Centrar o debate em casos periféricos e extra-políticos. Como na essência as escolhas PS e PSD são as mesmas, o populismo tenta que a escolha se processe a nível da personalidade do líder. Fazer o mesmo, mas com outras pessoas. Por vários factores, esta experiência de populismo fracassou levando ao momento actual.
Há outro ensaio em preparação, o de fazer o mesmo mas de forma mais competente. Nos tempos próximos, será exacerbada a “competência” técnica de uma candidata a líder do PSD. Contudo, no fundo as escolhas serão as mesmas do actual governo PS.
Em ambos os casos, procura-se condicionar o debate à personalidade do líder e relegar para segundo plano os programas políticos das candidaturas. Procura-se instituir a ideia de que a política é a gestão circunstancial do existente, que todos os políticos são iguais e que a única escolha que temos nas mãos é a de quem o consegue fazer melhor.
Esta transformação da ideia do que é a política já se deu na Europa, particularmente em Inglaterra, França e Itália. Sabemos hoje mais sobre a Carla Bruni do que sobre as políticas de Sarkosy. Nesta transformação, um elemento essencial - tanto nas causas como nas consequências - foi a "tabloidização" dos meios de comunicação.
A política é a forma de organização da sociedade nos seus vários níveis. É essa a escolha que nos é colocada, e não a escolha de um qualquer miss ou mister simpatia para Primeiro-Ministro. A resignação às políticas PS e PSD, com alternância de pessoas, tem levado ao aumento do desemprego e à perda de poder do compra. Esta não é a solução.
PS e PSD insistem que os portugueses devem “apertar o cinto” em nome da bonança vindoura, mas só assistimos ao agravamento da tempestade. Há políticas alternativas que podemos escolher, nomeadamente na organização laboral e na protecção dos serviços públicos como a saúde e a educação. Chegou a hora da mudança.
A crise do PSD é mais profunda que a crise da actual direcção. É a crise de um partido cujo espaço ideológico, e cuja base social e eleitoral foi ocupada por José Sócrates. Na essência, as políticas do governo de José Sócrates são as mesmas de um eventual governo PSD.
O PSD é acima de tudo um partido de exercício do poder, com todas as dependências que daí advém. Como as políticas do governo PS são as suas, tem tentado encontrar novas formas de comunicação para alcançar o poder novamente.
Por um lado, o populismo. Dizer a cada momento o que se julga que a população quer ouvir, mesmo que seja contrário ao que se disse ontem. Exibir e exacerbar as qualidades pessoais do líder. Centrar o debate em casos periféricos e extra-políticos. Como na essência as escolhas PS e PSD são as mesmas, o populismo tenta que a escolha se processe a nível da personalidade do líder. Fazer o mesmo, mas com outras pessoas. Por vários factores, esta experiência de populismo fracassou levando ao momento actual.
Há outro ensaio em preparação, o de fazer o mesmo mas de forma mais competente. Nos tempos próximos, será exacerbada a “competência” técnica de uma candidata a líder do PSD. Contudo, no fundo as escolhas serão as mesmas do actual governo PS.
Em ambos os casos, procura-se condicionar o debate à personalidade do líder e relegar para segundo plano os programas políticos das candidaturas. Procura-se instituir a ideia de que a política é a gestão circunstancial do existente, que todos os políticos são iguais e que a única escolha que temos nas mãos é a de quem o consegue fazer melhor.
Esta transformação da ideia do que é a política já se deu na Europa, particularmente em Inglaterra, França e Itália. Sabemos hoje mais sobre a Carla Bruni do que sobre as políticas de Sarkosy. Nesta transformação, um elemento essencial - tanto nas causas como nas consequências - foi a "tabloidização" dos meios de comunicação.
A política é a forma de organização da sociedade nos seus vários níveis. É essa a escolha que nos é colocada, e não a escolha de um qualquer miss ou mister simpatia para Primeiro-Ministro. A resignação às políticas PS e PSD, com alternância de pessoas, tem levado ao aumento do desemprego e à perda de poder do compra. Esta não é a solução.
PS e PSD insistem que os portugueses devem “apertar o cinto” em nome da bonança vindoura, mas só assistimos ao agravamento da tempestade. Há políticas alternativas que podemos escolher, nomeadamente na organização laboral e na protecção dos serviços públicos como a saúde e a educação. Chegou a hora da mudança.
Etiquetas: Diário de Aveiro, populismo, PSD
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