O capitalismo comeu a esquerda italiana de cebolada
La Sinistra l'Arcobaleno (A Esquerda Arco-Íris) é uma coligação criada para estas eleições italianas que engloba a Refundação Comunista, a Federação dos Verdes, o Partido dos Comunistas Italianos e a Esquerda Democrática (SD).
Antes das eleições de ontem, estes quatro partidos dispunham de 94 deputados (total de 10,2% mais a SD que nunca foi a votos) e 47 senadores (11,6% + SD).
Nestas eleições não foi encontrado nenhum pote de ouro no fim do arco-íris, foi o descalabrado: zero deputados (3,1%) e zero senadores (3,2%). Toda a esquerda italiana ficou, pela primeira vez, sem representação parlamentar, em parte devido à batota que é o sistema eleitoral criado por Berlusconni, mas acima de tudo por responsabilidade própria e pela enorme descida eleitoral.
Estes partidos estavam coligados no Governo de Prodi, defendendo pela força do poder, a intervenção da NATO no Afeganistão e a política de Prodi. Pela via da coligação de poder, que contribuiu a esquerda para a melhoria da vida dos italianos? Que avanço civilizacional obteve? Ficou-se mais perto da transformação da sociedade e da derrota do capitalismo?
O voto dos cidadãos italianos exprimiu a utilidade da esquerda bengala do poder dos partidos ditos "social-democratas" com agenda neoliberal (PS e equivalentes europeus). O resultado? A esquerda esteve no poder a imprimir as políticas do capitalismo. A esquerda divorciou-se da sua base de apoio social. A esquerda permitiu a vitória a Berlusconi. A esquerda parlamentar italiana morreu, continua viva nas ruas e haverá de ressuscitar.
O objectivo é a transformação da sociedade, pelo que alcançar o poder é um meio e nunca o fim em si. O poder só é útil se permitir imprimir a mudança ou deixar-nos mais perto dela. O poder bengala é a negação daquilo que é a esquerda.
Etiquetas: as eleições são uma festa, esquerda, Itália
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