A Batalha de Copenhaga
Há 10 anos, a cimeira da Organização Mundial de Comércio ficou marcada pelos protestos de centenas de activistas antiglobalização. Assim foi Seattle, assim se prepara Copenhaga. A Dinamarca está preparada: dos 11 mil polícias do país, 6 mil estão destacados para a Cimeira. Assim se vê de que fibra é feita a democracia. A grande diferença é que em dez anos o anti passou a alter, a crítica passou a construção de alternativa.
Lá estarei de amanhã, dia 11, até sábado dia 19 para ver a democracia bem de perto. Espero ir relatando o que se vai passando.
Lá estarei de amanhã, dia 11, até sábado dia 19 para ver a democracia bem de perto. Espero ir relatando o que se vai passando.
Etiquetas: Ambiente, Bloco de Esquerda, democracia
10 Comments:
percebi mal ou segundo este post a tua noçao de democracia é impor opiniao de alguns à maioria via protesto nas ruas ?´
estranha noçao de democracia...
Democracia é instituir mecanismos de mercado, através dos quais quem tem dinheiro pode enriquecer e definir assim onde são feitos os cortes nas emissões de estufa?
Ou democracia é a comunidade definir os critérios, quais, onde, quando e como realizar esses cortes?
democracia é a vontade da maioria do povo ! para o bem e para o mal...
e ja agora, se for a comunidade a definir os critérios de cortes das emissoes, achas que vao preferir emprego ja e hoje, ou proteger as gerações futuras e o crescimento sustentavel ? por acaso este é uma questao mt interessante para a democracia resolver...
(o mecanismo de mercado resulta bem entre paises desenvolvidos se o mercado for bem aplicado e restritivo em termos de emissoes, mas nao sei ate que ponto é justo impor restriçoes ao crescimento via emissoes a paises em desenvolvimento...)
Este comentário foi removido pelo autor.
"democracia é a vontade da maioria do povo ! para o bem e para o mal...
"
Qualquer neoliberal sabe que isso, na prática, é uma bela treta. Por alguma razão existe poder económico, por alguma razão o poder económico tem estreitas relações com órgãos de poder...precisamente para garantir que a democracia não seja "a vontade da maioria do povo!". Sendo o caso mais óbvio os EUA e o financiamento descarado dos congressistas por diversos "lobbys" (repare-se que o financiamento directo de congressistas é obviamente uma forma de "lobby" ilegítima ao contrário de outras formas de "lobby" legítimas).
Para não falar que a democracia não é só feita de maiorias, é também feita pelo respeito pelas minorias cujas circunstâncias o justifiquem.
Carlos Martins,
A realidade não vive de fantasias. A realidade actual mostra que não se trata de uma escolha entre reduzir emissões ou manter empregos.
Curiosamente as sociedades com maior protecção ambiental são também as que registam uma maior taxa de emprego, dadas as suas políticas social-democraticas.
E uma maior sociabilização da produção/consumo permitiria reduzia a jornada laboral, a producao e aumentar o número de empregos...
por "sociabilização da produção/consumo" (presumo que seja o novo eufemismo da esquerda para nacionalização dos factores de produção e planeamento da economia a 5 anos) entendes o que ? que deve ser o Estado a decidir quanto vamos produzir e quanto vamos consumir ? grande democracia, sim senhor...
Algo incoerente este discurso:
Primeiro fala em democracia ("é a vontade do povo") mas logo a seguir considera que decisões provenientes do órgão eleito (Governo/Estado) não são democráticas ("grande democracia, sim senhor").
Esclarecedor...ou não.
eu ajudo o a ficar esclarecido. o caro joão dias acha que é "democracia" ser o povo a decidir o que cada um consome ou produz ?
essa é o grande problema desta nova extrema esquerda, confunde a vontade da maioria com o poder da maioria decidir sobre cada um. e assim sendo, nao é possivel ter uma discussao seria.
O erro do seu raciocínio é assumir que se o Estado não toma essa decisão é como se ela não existisse ou que ele fosse tomada individualmente por cada um. São os agentes económicos privados a decidir o que cada um consome/produz actualmente e é esse o desígnio que a extrema direita entende como correcta. Você bem pode falar da liberdade de escolha, mas essa liberdade é limitada ao que os agentes económicos privados disponibilizam, não há razões para que havendo uma decisão democrática sobre a questão houvesse menos oferta...havia com certeza é mais preocupações sociais e ambientais.
Além disso o Estado já toma decisões que afectam a produção e consumo. Na realidade aquilo que temos de fazer é que a democracia chegue a áreas aonde não chegou, nomeadamente no combate ao abuso dos recursos naturais e humanos.
É enganadora a sua teoria da liberdade da escolha individual, quando na realidade o que os socialistas propõe não afecta as liberdades individuais da pessoas, pelo contrário, funciona para as garantir. E para que isto não fique pela rama, aqui vão alguns exemplos de como uma decisão democrática é benéfica para a sociedade em geral e para os indivíduos.
Controlo democrático da EDP e Galp:
criar tarifas justas para as empresas e famílias, diminuir a produção baseada em combustíveis fósseis e aumentar as energias limpas, aumento de receitas para o Estado e consequentemente reforço das políticas sociais
Controlo democrático sobre a habitação:
preços de habitação não especulativos, casas de qualidade para todos, requalificação dos centros urbanos, combate das assimetrias sociais quer pela via do combate à especulação quer pela via do fim do endividamento das pessoas à banca...etc
Aliás, nunca imaginei que alguém do CDS-PP viesse com a questão das liberdades individuais, até porque quando falamos de IVG e casamento homossexual essa questão não traz incómodo algum nas posições tomadas pelo partido.
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