sexta-feira, janeiro 22, 2010

A luta de classes chega à cerveja


Durante duas semanas na Bélgica, os trabalhadores bloquearam três fábricas da cervejeira Anheuser-Busch InBev (a maior empresa mundial do ramo, maioritáriamente de capitais belgas e brasileiros, com 25% do mercado global e proprietária das principais marcas de cerveja do mundo). A cerveja começou a escassear nos supermercados e bares belgas.

Os trabalhadores protestavam contra a medida anunciada pela administração de cortar em 10% a sua força de trabalho na Europa Ocidental, num total de 800 postos de trabalho. Este anúncio de despedimentos chegou depois de serem conhecidos os lucros da empresa no último trimestre de 2009: 1,55 mil milhões de dólares. Esta gritante contradição entre os lucros de apenas três meses e a vontade e o poder de despedir 800 pessoas é ilustrativa dos tempos que correm e do sistema que nos governa.

Ao fim de duas semanas, a empresa recuou aceitando desistir da sua intenção inicial, passar a negociar com os sindicatos e, last but not least, pagar os dias em que tinha colocou os trabalhadores em lay off. O bloqueio é levantado para esta tarde, para quando estava prevista a exibição ao ar livre em frente à frábrica do filme de Michael Moore "Capitalism: a Love Story". A exibição pública do filme mantém-se.

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