Autarcas do faz de conta
Hoje voltei a ouvir Ulisses Pereira, desta vez na teelvisão, a clamar pela demolição do estádio, ou agora em versão soft reconversão. Os custos de manutenção são um dos argumentos. Só tenho duas pequenas dúvidas.
O protocolo que a Câmara Municipal de Aveiro estabeleceu com o Sport Clube Beira-Mar diz "0 SCBM fica encarregue de gerir o edificio do Estadio Municipal de Aveiro na integra a partir de 1 de Janeiro de 2009, pelo periodo de 10 anos (...) Passam para a titularidade do SCBM todos os contratos, a definir, de manutenção, fornecimento e arrendamentos actualmente existentes e celebrados em nome da EMA, EM, com as consequentes receitas e encargos, a partir da data de inicio do contrato de gestio do Estadio". Portanto, o protocolo diz claramente que em termos de custos o Estádio deixa de ser um problema da autarquia já que não pagará qualquer cêntimo pela existência do mesmo (sendo certo que basicamente o concessiona de borla). Mas Élio Maia foi mais longe: vendeu o terreno das piscinas, não cobrou a venda e não recolhe as contrapartidas dessa venda.
A outra questão prende-se com o plano de recuperação financeira, onde o estádio foi transformado num produto financeiro para se assegurar o empréstimo prevendo a sua concessão por 65 milhões de euros, pasme-se, para a mesma altura em que o estádio já está concessionado gratuitamente.
Portanto, o recém deputado da verdade, diz-nos que os compromissos da autarquia são coisas do faz de conta, não são para levar a sério! Não é novidade como aliás estes dois documentos explicitam. Considero aliás que a autarquia deve rasgar certos compromissos contrários ao interesse público, mesmo que para tal tenha que acertar uma indemnização. Mas vindo de quem vêm é relevante e bastante revelador.
3 Comments:
É realmente triste o estado pantanoso a que Aveiro vive votada. Como é possível continuarem a votar em pessoas que fazem política desta forma... Será que a venda de património que é de todos sem que se receba até ver um cêntimo por ele é uma coisa menor? Será que a sua venda e revenda quase automática a um preço muito maior é aceitável? Como é possível que as pessoas não questionem este tipo de coisas? E a votação de matérias em reunião de câmara por parte de vereadores que, como depois se viu, têm créditos a haver nas instituições objecto dessas votações? Já não há o mínimo de decência nem vergonha na cara, mas Aveiro parece não querer saber... E não nos esqueçamos dos que têm mais do que uma face, dos que à tarde criticam e desancam e à noite já andam de mão dada com os que criticam e desancam só para mais tarde assegurarem um lugar ao sol, como se comprovou. Dessa gente pequenina que se vende a troco da promoção política, gente que mesmo sendo insultada publicamente pelas pessoas que critica, aparece depois de gravata ao seu lado como se nada tivesse acontecido. Aveiro tem o que merece e continuará parada mais 4 anos.
Com que então pouca modéstia, humildade e falta de credibilidade?
Estas faltas vêm na sequência de pertencer ao BE?
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