terça-feira, agosto 25, 2009

Excelente negócio: vender abaixo do preço de mercado


Élio Maia fez hoje uma conferência de imprensa em que a propósito da negociata dos terrenos das piscinas avança com a estratégia de vitimização: o «processo foi levantado para prejudicar» a campanha da sua recandidatura à Câmara de Aveiro. Não me digam que as decisões que Élio Maia toma enquanto Presidente de Câmara vão ser chamadas à campanha! Estou claramente chocado!

«O valor da piscina e terreno, 1,2 milhões de euros, terá sido indicado pelo auditor externo que avalia o património municipal e permitiria “boas perspectivas” do clube retirar mais valias por prescindir dos protocolos anteriores.» - Élio Maia continua a insitir que a CMA vendeu o terreno abaixo do custo de mercado, contrariando a decisão da CM e da AM. Ora, ajudem-me: vender património camarário abaixo do preço de mercado a um clube profissional de futebol, como se chama? Élio Maia afirma ainda «ter sido vítima de “má fé” dos responsáveis do Beira-Mar», o que dado o contexto e fazendo fé nas suas declarações... é declarar-se anjinho!

Mas a questão é acima de tudo política: Élio Maia não se pode escudar na aprovação desta venda na CM e na AM, já que é essa decisão política que está em causa. Vender património público por uma bagatela como Élio Maia admite é delapidar o erário público, é pagar uma dívida com recurso a verbas de especulação imobiliária e é perder equipamento de interesse público como a única piscina olímpica do concelho. Para mais, como foi noticiado e como José Cachide volta a confirmar, no passado recente uma empresa ofereceu 4 milhões de euros pelo terreno e agora, os dirigentes do Beira-Mar admitiam 9 milhões como o preço de mercado. Todos admitem que o terreno foi transacionado abaixo do preço de mercado!

Como se isto não bastasse, temos como cereja no topo do bolo os actos transparentes de efectuar as transações de madrugada, de a manter secreta durante quase um mês até ao Beira-Mar a divulgar (apenas após encerrarem as piscinas) e a história do cheque que Élio Maia reteu sem qualquer fundamento legal e que deixou expirar.

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8 Comments:

Blogger Claratje said...

Mas o Élio não diz que vai pagar? Pelo menos é o que está escrito nos cartazes :D

quarta-feira, agosto 26, 2009 4:03:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O Peralta nem com MP's e quejandos lá vai. Continue a tentar homem, continue; a política, para ser política, prcisa sempre de uns agit/prop como vós.

quarta-feira, agosto 26, 2009 4:26:00 da tarde  
Blogger Nelson Peralta said...

Caro anónimo,

Consegue ver património seu e de todos ser desbaratado e apoiar essa política. Bom para si.

quarta-feira, agosto 26, 2009 6:40:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Sr. Peralta, o que não consigo suportar são demagogos como o Sr. que se substituem todos os dias às Emtidades e Instituições que têm a obrigação e o dever de investigar e julgar e, de uma forma leviana e fácil, atiral lama e emporcalham o nome e a cara de qualquer um que ande na vida pública, sem se preocuparem com mais nada que não seja o "lucro imediato", em termos de crescimento em número de votos, claro.
Isso não consigo tolerar. Quanto ao resto, ainda confio nas Instituições que a Democracia "fundou" neste País, depois de 25 de Abril de 74; muito mais do que num qualquer BE.

quarta-feira, agosto 26, 2009 7:34:00 da tarde  
Blogger Nelson Peralta said...

O caso em apreço não tem apenas implicações criminais, é antes de mais político: vender património de todos por um preço inferior ao seu valor.

Esta foi a opção política, este é um facto objectivo. Se a si não incomoda, é consigo.

quarta-feira, agosto 26, 2009 7:45:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se não consegue ser coerente, pelo menos não atire areia para os olhos dos que ainda vão vendo qualquer coisa.
Então se é "caso político", qual a razão da queixa ao MP? Se é caso fundamentalmente do foro criminal, como parece querer sugerir ("vender património de todos abaixo do valor de mercado" é ou não crime?), aí sim é que se justifica a queixa do BE, ou não?
E já agora, qual é o valor de mercado, hoje? Porque o compara com o valor de à 4 anos, 3 anos, 2 anos? Acha que as condições de mercado não sofreram alteração?
Meu Deus, tanta hipocrisia e demagogia chega a entopir.

quinta-feira, agosto 27, 2009 11:13:00 da manhã  
Anonymous Skasonic said...

É estranho que o Sr. “Anónimo” realce o facto do 25 de Abril de 74 para tentar escamotear, a grave situação que estamos perante. Não lhe parece que esta situação vai contra os ideais de 74? Estranho parece-me, que ache este negócio legítimo, sobretudo, não fazer mais, do que encolhermos os ombros, ou talvez dizer “são todos o iguais”.
Não teremos obrigação como cidadãos, de requerer que de facto se pratique “justiça”?
Politicamente é gravíssimo, socialmente é desprezível…

quinta-feira, agosto 27, 2009 12:21:00 da tarde  
Blogger Nelson Peralta said...

Caro anónimo,

Se eu defendesse o indefensável, também não daria a cara...

quinta-feira, agosto 27, 2009 5:52:00 da tarde  

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