Encolhido nos banquinhos da Ryan Air cheguei ao fabuloso aeroporto Frankfurt Hanh. Uma antiga base aérea militar presentemente utilizada por companhias aéreas de mercadorias e claro está a Ryan Air. No minúsculo aeroporto somos transportados para a estética da II Guerra Mundial.
Daí até Mainz foi um pulinho. Hotel a mais de € 170/noite, com pequeno almoço como os que se vêem na tv, pago à parte: € 17. Tudo com a cortesia das farmacêuticas que patrocinavam o congresso. Por certo a minha isenção como cientista e cidadão foi reforçada! A nossa primeira noite.
A segunda noite já foi dormida em Bairuth, literalmente no outro lado da Alemanha já perto da República Checa. Foi o inicio da nossa odisseia no comboio, várias horas.
Mudamos novamente de poiso para a terceira noite. Regressamos ao extremo ocidental da Alemanha, desta feita Heidelberg, a nossa mais longa estadia. Já nem sei quantos dias ao certo. Ficamos alojados numa clínica de medicina chinesa. O prof com direito a quarto e como de momento lá decorria um curso tivemos direito dois colchões num consultório. Consultório, seria!? Tinha todo o equipamento e ficheiros clínicos, mas também um fogão com exaustão, lavatório de pratos, e uma casa de banho!
Foi o tempo de assimilar algumas tradições germânicas, aqui fica o retrato dos dias mais marcantes. No único jantar num restaurante típico alemão o nosso anfitrião pediu uma primeira rodada de cerveja (canecas de 0.5 L) dizendo para a bebermos de penalti pois a 2ª já estava a caminho. Ninguém se acreditou. Mas para nosso espanto, mal são pousadas as canecas a empregada serve a segunda rodada! Os portugueses basicamente ficaram com duas canecas cheias à frente, os alemães tinham já tratado da primeira. Divergências culturais.
O dia seguinte foi destinado a dormir até à hora da partida para o jantar! 19h. Mas para grande surpresa íamos primeiro a um concerto de música de Câmara. Por acaso até tinha o meu blazer marado vestido. Desço e estão todos de fatinho e vestido de noite! Lindo! À entrada da sala só víamos entrar pessoal bem engravatado! No dia todo eu tinha comido uma maça e havia quem ainda estava em jejum. Todos famintos e a apanhar seca fomos salvos pelo Henry. Henry era o cão (boxer) delirante do dono da clinica! Leva-o para todo o lado e o Henry comporta-se às circunstâncias. Mas no intervalo foi descoberto e expulso e consequentemente nós também.
Já não sei bem quando partimos novamente de comboio para Amesterdão. Só um dia e uma noite, mas valeu a pena, sem dúvida uma cidade a explorar no futuro. E não, não fui a nenhuma CoffeShop. Dessas coisas maradas apenas percorri o Red Ligth District, um pouco decadente mas sempre melhor solução que a portuguesa.
Nova manhã nova viagem de comboio, até Den Helder onde apanhamos autocarro e depois o Ferry para Texel, a ilhota onde fica o NIOZ. Bem, sem palavras, o NIOZ tem tudo, mesmo tudo! Até os corredores são limpinhos e sem mobília! O pior é mesmo estar numa pequena ilha (20 km de comprimento) e de por certo ser frio tanto meteorológica como socialmente.
Depois deste retrato apressado devo ainda dizer que nas longas viagens de comboio cruzamos várias metropoles importantes... Frankfurt, Estugarda, Colónia, etc...