quarta-feira, março 31, 2010

Vantagens da reabilitação urbana

Pormenor de um dos tectos da nova Sede Nacional do Bloco de Esquerda

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Paleio e consequência


Nuno Marques Pereira escreve hoje no Diário de Aveiro um artigo sobre Orçamento Participativo, onde diz que faz todo o sentido a sua implementação em Aveiro. Apenas se esqueceu de dizer o que motivou o seu escrito: há algumas semanas absteve-se perante uma proposta de implementação do Orçamento Participativo em Aveiro.

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Momento kodak

quarta-feira, março 24, 2010

A Marcha da Hipocrisia

Publicado no esquerda.net


A Live Earth, criada por Al Gore e pelo produtor e empresário dos media Kevin Wall, organizou a propósito do dia da água mais um evento à escala mundial. Em várias cidades de todo o planeta, para além de concertos e actividades educacionais, as comunidades locais foram envolvidas em caminhadas de 6 km, a distância média que muitas mulheres e crianças fazem todos os dias para obter água potável.

A "The Dow Live Earth Run for Water" realizada nas vésperas do dia mundial da água, deve o seu nome ao patrocinador, a The Dow Chemical Company, e tem como objectivo alertar para o problema e recolher fundos.

Tudo muito ambientalmente correcto, não fosse a Dow uma das empresas que mais terá contribuído para a poluição das águas do planeta. A Dow é hoje a proprietária da Union Carbide que em 1984, devido a uma fuga na sua fábrica em Bhopal (Índia), terá provocado a morte a 15 mil pessoas. Hoje em dia, 100 mil pessoas continuam a sofrer problemas de saúde em resultado do acidente, sem o devido tratamento ou compensação, vivendo na penúria e sem que o meio ambiente tenha sido devidamente descontaminado.

Contudo, e apesar dos esforços persistentes de ONG's, a Dow não assume qualquer responsabilidade pela fuga, pelas suas consequências ou pela poluição resultante da fábrica. A Amnistia Internacional chegou mesmo a requerer uma investigação à Dow face ao que considera serem pressões inaceitáveis da empresa sobre o Governo Indiano para se livrar das suas responsabilidades legais na catástrofe química de Bhopal.

Mas a actividade da Dow é bastante vasta. Foi uma das produtoras do famoso agente laranja (herbicida utilizado na guerra do Vietname, com consequente impacto ambiental e na saúde de militares norte-americanos e da população vietnamita) e, um pouco por todo o globo, tem um enorme historial de contaminação de águas e do meio ambiente.

Agora, esta empresa descobriu um novo nicho de mercado: o tratamento de água! Nada melhor do que ganhar dinheiro com a poluição que lhe permitiu acumular lucros à custa do ambiente e da saúde das populações. Necessita portanto de lavar, perdão, reconverter a imagem, que saí certamente mais barato que limpar o seu rasto de caos e destruição.

Esta Marcha assume transversalmente um carácter de higienização da opinião pública. Não deixa assim de ser curioso que, para além de toda a mediatização, a página inglesa da wikipedia sobre esta iniciativa tenha sido recentemente alterada, retirando as referências ao alarme público que o patrocínio da Dow provocou.

A Marcha pela Água decorreu nas maiores cidades mundiais, por vezes com a legitimação de um apoio institucional, mais ou menos directo. Em Portugal, a iniciativa teve o seu ponto alto em Estarreja, onde foi co-organizado com a Câmara Municipal local onde a empresa tem uma fábrica.

A legitimação institucional eleva a propaganda a outro patamar, e aí nem a autarquia quis ficar de fora. Aproveitando o balanço, a Câmara Municipal anunciou que iria assinar a petição para que o acesso à água seja consagrado como um direito básico na Declaração dos Direitos Humanos da ONU. Isto apesar de há poucos meses a CM Estarreja ter aderido a uma nova parceria para o abastecimento e saneamento das águas, que vai exactamente no sentido oposto, tratando a água como uma mera mercadoria e preparando a sua concessão a privados.

Refira-se ainda que, por duas vezes, o BE apresentou na Assembleia da República uma proposta para a realização de um estudo epidemiológico no concelho de Estarreja, para aferir se as doenças com causas ambientais - como o cancro - terão aí uma maior incidência que no resto do país. A existência de um grande complexo químico, onde aliás se situa a Dow, e os dados empíricos justificam que se averigúe a situação, seja para tranquilizar a população ou para garantir uma resposta mais eficaz às causas, à detecção e ao tratamento dessas doenças. Contudo, esta proposta tem sido inviabilizada por PS/PSD/CDS-PP com o silêncio cúmplice da Câmara de Estarreja e do seu Presidente.

De facto, o verde lava mais branco, mas certamente que merecemos um poder público que pugne pela defesa dos interesses da população e não que se comporte como mero relações públicas do poder económico, seja por omissão seja por acção.

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sexta-feira, março 19, 2010

Assim não há democracia participativa... nem representativa


Eleitos municipais que não sabem o que é um Orçamento Municipal, não sabem que consta do seu programa eleitoral e que votam contra essa medida proposta no seu programa eleitoral... alguém pediu acólitos? Aqui e aqui.

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terça-feira, março 16, 2010

O trabalho só é realização pessoal para o pessoal da classe de cima


O Ivar comenta aqui, de forma bastante simpática devo dizer, a posição assumida pelo deputado municipal do CDS-PP: os sem-abrigo não querem trabalhar. E como sabe? Segundo adiantou na Assembleia Municipal, em tempos perguntou a um sem-abrigo se lhe queria cortar a relva do jardim, ao que o sem-abrigo lhe terá respondido que trabalho não era com ele. Será certamente um privilégio privar com tão reputado deputado cujo mundo cabe todo no seu jardim.

As suas declarações sobre o jardim demonstram bem a sua visão sobre o trabalho. Para o eleito, o trabalho não é um acto produtivo, trata-se sim do resultado de uma relação de poder diferenciada, portanto de exploração. Para si, o trabalho não se trata do esforço humano para o desenvolvimento da sociedade, constitui meramente um acto de servilismo, e portanto punitivo.

Para que não restassem dúvidas sobre que de que lado da relação de poder o deputado se vê, acabou por o deixar bem claro na interjeição "quando eu era uma pessoa simples...". Das raras vezes em que se discute ideologia numa Assembleia Municipal, vêm ao de cima os instintos mais reacionários da direita. Pelo menos, tem o mérito de deixar as coisas bem claras!

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domingo, março 14, 2010

Serviço público

O Renato Teixeira fez a recolha dos vídeos dos Jotas que apoiam Paulo Rangel à liderança do PSD. Ide ver, ide ver! Como é dito, todos os vídeos, todos os 20 vídeos sem excepção, devem ser vistos. Um retrato dos políticos de aviário que pululam nas jotas: nenhum avança uma única ideia política. Esta é a classe dirigente do futuro. A não perder também a edição especial "ontem contra as propinas, hoje com Rangel". Interessante como todos os vinte partilham os mesmos lugares comuns discursivos. Deixo aqui três dos exemplares:






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terça-feira, março 02, 2010

Nem perderam tempo!

Tal como previa no artigo da semana passada no esquerda.net, a Comissão Europeia autorizou hoje o cultivo de uma batata transgénica. Mais uma decisão nas costas da população e que atenta contra o interesse colectivo.

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