O que Portugal tem para oferecer?
"Manuel Pinho entende que os chineses devem investir em Portugal por causa dos baixos salários portugueses em relação ao resto da UE."
Agora, o Vereador da Cultura Capão Filipe afirma que o Vereador das Finanças Pedro Ferreira nunca disse que o Aveirense seria para privatizar! Da edição impresa do Público de hoje: "(...)o vereador [Capão Filipe] atribui responsabilidades aos jornalistas por aquilo que diz ser "uma discussão falsa de raiz". "É uma invenção, digo eu, de quem ouviu", argumentou Capão Filipe (...)"
O Cardeal José Policarpo propôs-se a escrever 5 textos na temática "Referendo: Sim ou Não?". Acabou de publicar o quarto, de título "IV - As verdadeiras soluções".
(NÃO): O ex-Ministro de Santana que fez questão de anunciar que tem 5 filhos e que demonstrou conseguir repetir a expressão "aborto livre" 30 vezes! Aborto livre! Aborto livre! Aborto livre! (...)
(SIM): O senhor ex-PCP que conserva o bigode ainda desses tempos e que fez questão de bater de imediato o senhor anterior: tem 2 filhos e 5 netos.
(SIM): A senhora que estava lá como senhora e que nunca divulgou estar grávida. Porém a apresentadora fez questão de sempre se dirigir a si como a senhora grávida.
Na edição de hoje do Diário de Aveiro podemos ler a notícia Ovar: Faltam 78 dias para Sportsfórum abrir ao público. 800 postos de trabalho, investimento de 140 milhões de euros, quem é que se pode opor ao empreendimento? Como castigo só pode merecer o castigo imposto pelo Vereador: assistir aos jogos da Ovarense Aerosoles.
Ainda antes do Natal o meu esquentador avariou. Chamado o técnico: reparação € 450, novo € 1100. Face ao custo andei a ver nas outras marcas quanto ficaria um novo: à volta de € 750.
* vida sexual de irmas siamesas
* videos-online de luta de estrada com mulheres
* bigodes de Viseu
* porreirinhas merda josé cid
* como calcular gastos de copos descartáveis para casamento
* comprar taier
* face oculta - praia da barra - ilhavo vídeos
Hoje, em zapping apanhei o SuperHomem a ter a seguinte conversa:
A não perder um "estudo" de Luís Botelho Ribeiro no site da Plataforma do Não.
Ao passar na Avenida apercebi-me que as gentes da Plataforma "Não Obrigada" apenas conseguíram colar os seus cartazes exactamente em cima de todos os cartazes da JCP. Foi apresentada queixa à CNE, mas por certo tratou-se tão só de uma feliz coincidência.
A campanha séria continua a não morar aqui. Já sabia que o Cónego Tarcísio Alves tinha ameaçado quem vota-se SIM que seria excomungado da ICAR. Agora descobri que meteu à reflexão "cinco casos reais da vida concreta" onde fala do aborto ao embrião de Jesus Cristo. De certo um caso bastante real e concreto que retrata bem a situação de desespero das mulheres que recorrem ao aborto! Há certas coisas que não se evocam em vão...
A JSD de Barcelos proporciona um momento ligth e cómico da campanha. No seu comunicado "Não há dinheiro para Nascer mas há para Matar" apela à abstenção da população de Barcelos de forma a que o referendo não seja vinculativo.
Recebi por correio - como muitos portugueses por todo o país - este desdobrável da Acção Família. Nossa Senhora chora. Na sua "ficha de participação na campanha pela vida" é pedida a declaração "sou católico", o compromisso de rezar o terço pelo menos uma vez antes do referendo, e por fim que pretendemos receber um livro e um terço por € 10.
Para ler na íntegra clicar em cada uma destas duas imagens pequenas para ampliar. Retirei as imagens do Arrastão, que eu não tenho scanner.[publicado no Diário de Aveiro, 12 de Janeiro de 2007]
Na sessão da Assembleia Municipal de segunda-feira o Orçamento para 2007 foi aprovado, pese embora os votos contra de toda a oposição. Num momento em que todos conhecemos as grandes dificuldades financeiras da autarquia, este executivo apresenta o maior orçamento de sempre: 191 milhões, o terceiro maior depois de Lisboa e Porto. Resta lembrar que há um ano o Vereador das Finanças manifestou que um orçamento ideal se situaria entre os 50 a 75 milhões.
Na comunicação do Presidente da Câmara o montante total em dívida era de 117 milhões de euros. Contudo, durante a reunião o próprio Élio Maia proclamava essa dívida como sendo de 250 milhões, apressando-se a rotular com “cerca de” perante a estranheza na audiência. Uns dias volvidos justificou esse seu “cerca de” como 10% acima da estimativa preliminar da IGF. Mas a coisa não se ficou por aqui, Rocha Almeida – deputado municipal do PSD – afirmou que o valor da dívida da autarquia “talvez seja mais perto dos 300 milhões”.
Com um “cerca de” equivalente a uma margem de erro de 20% e um “mais perto de” com valor estatístico desconhecido, a coligação faz da dívida o centro da discussão. O executivo já nem se preocupa em tentar mostrar que têm estratégia, ideias e obras para o município. Conhecida que é a sua inépcia persiste em focar as suas forças em atirar as culpas e as mágoas para o executivo anterior.
Por outro lado, a bancada socialista mantém-se irredutível na sua e só sua realidade quântica. Se para Artur Jorge tudo “é uma situação perfeitamente normal”, para Raúl Martins a herança deixada pelo anterior executivo PS “é uma situação financeira perfeitamente equilibrada”.
Não podemos perpetuar este jogo de culpas. A situação calamitosa em que a autarquia ficou é sobejamente conhecida, mas não é isso que justifica a falta de ideias para o município.
O caso Aveiro Basket é bastante demonstrativo. Élio Maia queixa-se que a autarquia está presa a um protocolo que Alberto Souto estabeleceu com o Beira-Mar, em que a autarquia entrega um milhão de euros por ano, têm que suportar os custos da construção da sua sede e do seu campo de treinos e ainda pagar obras no antigo Mário Duarte. Porém, e apesar do queixume, é sua opção suportar – em nome daquilo a que chama “função social” – as partes da dívida da Aveiro Basket SAD que não pertencem à autarquia mas sim ao Beira-Mar, Galitos e Esgueira. É opção deste executivo tornar as verbas da acção social, da educação e da saúde secundárias quando comparadas com as destinadas ao desporto, grande função social…
A receita não especificada de “outras rendas” no valor de 46,5 milhões conheceu novos desenvolvimentos: o progresso do silêncio. Na Assembleia Municipal, Élio Maia foi instado a esclarecer como se chegou a este valor. Ora, se estão em causa várias concessões a privados (água, saneamento, recolha de resíduos, MoveAveiro, Teatro Aveirense, Parque de Exposições, Empresa Municipal Estádio de Aveiro, e outros?) seria normal que o total deriva-se da soma de várias parcelas, mas Élio Maia preferiu o silêncio. Os cidadãos, como toda a oposição, desconhecem quais são ao certo as empresas e serviços que a CMA pretende privatizar, em que condições, e qual o valor de cada uma. Aliás nem sabemos se foi estabelecido um valor para cada uma ou se 46,5 é apenas um número mágico. A política do executivo troca a prestação de serviço público à população pelo encaixe financeiro.
No que toca à receita de 80 milhões prevista para venda de terrenos, as coisas talvez sejam mais claras à luz das declarações de um deputado da coligação: “Aveiro tem jardins a mais”.
É caso para perguntar: o que não está à venda?
"É uma situação perfeitamente normal!" - Artur Jorge
A Câmara Municipal de Aveiro criou a Marca Aveiro. A estratégia acertada para o Turismo que espero que se estende e não se restrinja a turismo económico. Este é o novo logótipo da CMA integrado na Marca Aveiro.
A Pescanova tentou criar uma piscicultura no Cabo Touriram. A Xunta da Galiza chumbou o investimento por este estar previsto para uma zona Rede Natura 2000. Então a Pescanova decidiu transferir o investimento que criará 200 postos de trabalho para a zona de Mira, igualmente em zona de Rede Natura 2000. O Governo Português rejubilou.
Fernando Correia foi despedido da TSF, sob a justificação de incompatibilidades. Mera reacção de defesa do Capital em questão alheia a Fernando Correia.[publicado no Diário de Aveiro, 5 de Janeiro de 2007]
Há uns dias encontrei um texto intitulado “Aborto. Sim ou não.” afixado por toda a Universidade de Aveiro. Neste texto a despenalização da interrupção voluntária da gravidez é comparada a “um indivíduo pontapeia uma mulher grávida, com menos de 10 semanas de gestação, provocando um aborto não espontâneo”. Este texto termina com o apelo “ajude a fundar o novo núcleo de acção cristã desta universidade actualmente composta, por uma único pessoa”.
Apesar de existirem partidos e movimentos legalmente constituídos para a campanha do SIM e do NÃO, na comunicação social o maior relevo e destaque é atribuído às declarações da hierarquia da Igreja Católica. No primeiro dia do ano o Papa comparou o aborto ao terrorismo. Em Portugal, no mesmo dia e pelo mesmo diapasão, o Cardeal de Lisboa sugere que o aborto prejudica a paz.
Nada tenho que comentar a vida interna de organizações de cariz religioso, mas neste caso a instituição em causa está a tentar influenciar a política do país, que se aplica quer aos seus adeptos como a toda a restante população.
Não me surpreende que, quer o texto do movimento de uma só pessoa quer as afirmações da hierarquia da Igreja Católica, nunca refiram dois pontos sobre os quais o referendo de facto incide. O recurso ao aborto continuará a existir caso ganhe o NÃO e tudo se mantenha igual. O referendo não pergunta a nossa postura moral sobre o aborto, mas sim como a sociedade deve reagir perante esta prática que existe e existirá. Portanto, nesta situação qual a resposta destes senhores para o problema: em primeiro, a prisão da mulher; em segundo, força-la à prática do aborto em condições abjectas de saúde e higiene.
Estes senhores abandonaram a argumentação e a discussão séria. Preferem espalhar o medo e a irracionalidade com as comparações ao pontapé, ao terrorismo e ao atentado à paz.
Eu, e certamente os restantes defensores do SIM, não queremos enveredar pelo mesmo caminho. Portanto, ao contrário destes senhores que nunca deram resposta aos dois pontos que referi acima e que abandonaram a discussão com os atentados e os prejuízos para a paz, vou debater os seus argumentos.
A sua discussão assenta na crença dogmática de que a vida começa na concepção, isto é, que começa com uma única célula resultante da união entre o espermatozóide e o óvulo. Contudo esta questão não está presente no actual referendo. A resposta a esta questão já foi dada em 1984 pela lei actual. A lei actual já prevê a interrupção voluntária da gravidez até às 16 semanas no caso de violação e até às 24 semanas em caso de má formação ou doença grave do nascituro.
A hierarquia da Igreja Católica quer fazer passar a vida do embrião como um valor absoluto. Caso fosse considerado um valor absoluto, o feto de 16 semanas resultado de uma violação ou o de 24 semanas com má formação, teriam tanto direito à vida como o embrião de 10 semanas. Nessa lógica o direito à vida resultante de uma violação teria o mesmo valor absoluto que o direito à vida resultante de uma relação sexual consentida. A sociedade assim não entende, reconhecendo todos os relativismos em jogo.
A postura absolutista da hierarquia da Igreja Católica apresenta incongruências já no que toca a uma gravidez de risco opta pela vida do embrião arriscando a da mulher. Esta hierarquia também admite o direito à legítima defesa esquecendo o absolutismo neste ponto para reconhecer os relativismos. Nos restantes cenários do aborto a referida hierarquia adopta uma posição coerente já que se opõe claramente à prática de aborto em qualquer situação, mesmo nas previstas pela lei: violação, má formação, doença grave e mesmo em caso de risco de vida para a mulher.
O leitor, independentemente da sua crença religiosa, concorda com a posição absolutista assumida pela hierarquia da Igreja Católica que obriga uma mulher violada a levar a gravidez até ao fim? Este ponto não está incluído na pergunta do referendo, mas é a base de argumentação da referida hierarquia na campanha que está a realizar.
Encontrei recentemente este panfleto espalhado por todo o campus da Universidade de Aveiro. Deixo-o aqui sem qualquer resposta já que o meu artigo no Diário de Aveiro de amanhã [que também estará disponível aqui no blog] aborda este texto, para além de outras declarações.
Encontrei no Doc Log - que parece ser um blog de um dos seus elementos fixos - uma referência aos Felizes da Fé a propósito da manifestação contra o fim do ano de 2006 em Nantes. Os Felizes da Fé nos anos oitenta também realizaram manif's não só contra o fim do ano, mas também do mês de Agosto.
Já escrevi sobre a tomada de posição do Correio da Manhã relativamente ao referendo. No mesmo artigo comparei o tratamento jornalístico que o CM faz às notícias sobre aborto e o que outros jornais fizeram às mesmas notícias. A minha argumentação está nesse artigo e não no presente texto [ler aqui]. Menos relevante, mas também referi um exclusivo do CM sobre o aborto [ler aqui].