quinta-feira, junho 29, 2006

Ivete Sangalo

Ao pesquisar a letra de uma música brasileira da minha preferência o primeiro site para onde fui atirado atribuía a autoria da mesma à Ivete Sangalo. Este é daqueles nomes que eu sei que deveria ter a obrigação de conhecer. Jà o ouvi repetido à exaustão; não sei em que circunstâncias, nem mesmo se seria atriz ou cantora.

Ora visto isto fui ouvir a tal música da Ivete Sangalo! Não há palavras que descrevam o horror! Como uma música se transforma em algo inaudível para mim! Escutei mais músicas, bastantes mais músicas e o horror prevaleceu!

Parti então em busca do artista original e eis que me surge um tal de Kid Abelha. Contudo a versão que está na minha cabeça também não é esta. O enigma perdura!

Preservo o sorriso da inocência. Da inocência de me cruzar na rua com a Ivete Sangalo e não a reconhecer.

Urgências de Aveiro

Amanhã abrem as novas urgências do Hospital de Aveiro. Eu não consegui esperar e lá fui na véspera de inauguração! Afinal só gelo, que "os comprimidos fazem mal ao estômago"!

Aqui estou bem geladinho, é a sina de não deixarem jogar o Mantorras, ou no caso eu.

Opacidade democrática

Este cartoon de Moir no The Sydney Morning Herald reflectirá melhor a situação em si ou a visão australiana da mesma?

Desde ontem que a FRETILIN e Mari Alkatiri tem 30 mil manifestantes às portas de Dilí à espera de entrar na cidade para exigirem o regresso de Alkatiri ao poder. O partido não o aconselham por temer confrontos. Pelo menos há quem tenha bom senso.

Xanana fez a sua birrinha e apoiou-se nos seus 2 mil manifestantes que deixou entrar na cidade. Fez o ultimato com base numa reportagem de uma tv australiana. No mesmo dia do ultimato o PM australiano Howard apareceu na BBC a felicitar Xanana pela medida tecendo-lhe mil elogios. Curioso ainda que antes de tudo, a primeira pessoa a exigir a demissão foi uma australiana, a esposa de Xanana. Uma birrinha em plena democracia quando se o quisesse deveria reunir o Conselho de Estado e demitir Alkatiri, arcando assim com a responsabilidade da coisa.

Timor repleto de coincidências. É a tentativa de Xanana condicionar a escolha interna da FRETILIN na escolha do novo PM; é o declarar de intenções de Ramos Horta em aderir neste momento ao referido partido, mesmo a tempo de ser escolhido PM; é marcarem a primeira reunião do partido quando Ana Gomes está algures em escala de aviões. Convém relembrar que se trata do maior partido timorense e que não apoiou a candidatura presidencial do actual presidente, e, nem este nem Ramos Horta fazem parte do partido eleito democraticamente para o Governo.

Por fim revisitemos o Macartismo à australiana. Alkatiri foi a Cuba – ditadura tão detestável como todas as outras – negociar a ida de vários médicos para Timor. Mal as forças australianas desembarcaram em Timor a sua primeira preocupação foi revistar as casas dos cubanos sob a suspeita de existência de armas. Nada foi encontrada. Estranhas prioridades já que estas forças não evitaram pilhagens à frente dos seus olhos.

A democracia está cada vez mais opaca em Timor, tal com o futuro dos seus cidadãos.

Pedrada no charco, perdão, nos fiscais

Joan Miró. Person Throwing a Stone at a Bird. 1926

Fernando Ruas [Presidente da CM Viseu e da Associação Nacional de Municípios Portugueses] referindo-se a como a população de Viseu deve receber os fiscais do Ministério do Ambiente: “Corram-nos à pedrada, a sério. Arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada. Eu estou a medir muito bem o que digo.

Apesar de tantos “estou a falar a sério” hoje já nos diz que desdisse. Tudo sentido figurado afirma.

O mesmo Fernando Ruas há cerca de um ano na qualidade de Presidente da ANMP ameaçou processar Mário Soares por este ter dito que nas Câmaras portuguesas havia muita corrupção. Estas ameaças de processo por difamação são o sonho de qualquer um. A notícia de que x irá mover um processo judicial a y corre os meios de comunicação, nunca havendo notícia de que tal processo nunca foi movido. Fica assim no ar que afinal o sujeito até se vai defender e tem provas contundentes de que o outro o injuriou.

Ainda em relação ao tal processo virtual de Fernando Ruas convém dizer que esta semana a PJ anunciou que um terço dos processos de corrupção que investiga envolve as autarquias.

Tanta avidez por parte de Fernando Ruas de processar declarações políticas e agora impele a população à violência contra funcionários estatais. Recusa ainda formular o pedido de desculpas pedido pelo Secretário de Estado da tutela. Este é um caso que espero que o Estado e o Ministério do Ambiente não sejam coniventes e processem Fernando Ruas, uma vez que há matéria de facto gravada nos regista da AM de Viseu. É a impunidade instalada que permite ouvir de quando em vez barbaridades destas.

quarta-feira, junho 28, 2006

Grande fardo

Estou a traduzir um texto de 13 páginas que eu, em colaboração, escrevi em inglês. Na altura não sabíamos que era necessário traduzi-lo para português. Mas já não me bastava estar sempre a traduzir “budget” como orçamento e não como balanço;e ainda tinham que me calhar estas expressões, entre outras:

genetic analysis of the mitochondrial cytochrome oxidase subunit I gene (COI)

a phagocytosis assay by detection of in vitro haemocytes uptake of neutral red stained zymosan particles

using fluorescein isothiocyanate (FITC)-labeled lectins and agglutination tests using rabbit erythrocytes (RRBC) as agglutination particles with cell-free haemolymph and haemolymph lysate samples for each species

terça-feira, junho 27, 2006

Sinais do tempo

Quando eu era puto combinávamos um jogo de futebol e apareciam uns 20 tipos. Recorríamos aos cotovelos para conseguir jogar uns minutos. Agora é um filme arranjar os 10 necessários. Para hoje estamos apenas 5, sendo que dois em part-time!

Parece que, como escrevi aqui, todos se converteram a amantes do desporto via televisão. Salvam-me as convocatórias para São Bernardo às quintas.

domingo, junho 25, 2006

A Estrada dos Enganos

Voltei ao encalço de um local apenas uma vez conhecido. Da primeira e única vez que o encontrei foi por um engano no caminho.

De volta pela segunda vez, persisti no caminho sabendo ser um trajecto mais complicado e longo. Apesar de saber o sítio onde me enganara - embora sem saber em que direcção - persisti e rumei pela mesma estrada do engano. A alternativa seria embrenhar-me por territórios desconhecidos e tentar encontrar o local que se apartava a curta distância do sítio de engano.

Sem problemas, mas de forma mais demorada, encontrei o local que me aguardava.

Terei persistido no erro? Será que a partir do momento que temos consciência do erro e a certeza que nos levará ao destino pretendido, constituirá este de facto um erro?

sábado, junho 24, 2006

Fora de jogo

[publicado no Diário de Aveiro, 23 de Junho de 2006]


Hordas de jornalistas percorrem a Alemanha. As luzes da ribalta iluminam os relvados. O cheiro a relva fresca invade as nossas salas. De fora das quatro linhas parece nada acontecer.

No meio dos programas da manhã, da tarde e de todo o dia, os noticiários televisivos transformam-se em apenas mais um momento de entretenimento que em nada difere dos restantes.

A bola apodera-se da antena. De um momento para o outro Timor eclipsou-se. Enquanto na Alemanha jornalistas se acotovelam para pedir um prognóstico a um adepto, o Presidente Xanana faz um ultimato ao Primeiro-Ministro Alkatiri: ou se demite ou me demito. A situação timorense continua obscura, porém é hora do pontapé de saída.

Anuncia-se a proposta de uma nova lei de financiamento autárquico. As Câmaras Municipais poderão decidir baixar o IRS dos seus munícipes em 3% ou reter até essa quantia. Mas nada se discute. Não há tempo. Estamos ocupados a percorrer os ecrãs gigantes do país, ao mesmo tempo que repórteres rebaptizam a bandeira de Portugal de “bandeira da selecção”.

Em 1998 Portugal comprou carcaças de caças F-16 abandonados num deserto dos Estados Unidos. Desde aí não saíram dos caixotes. Os seus pilotos, impedidos de voar, continuaram a ganhar subsídio de risco. Portugal ameaçou processar a Lockheed Martin que contratualmente já deveria ter dado o sopro de vida àquelas asas do desejo. Em 6 meses a ameaça nem se concretizou nem teve qualquer efeito. Agora, com o aperto das contas, os F-16 são para vender; como estes não voam, resta vender os da primeira esquadra, os únicos que voam. Todavia há que mostrar mais um treino.

Portugal é um país a crédito. O endividamento corresponde a 117% do rendimento disponível. Na zona euro apenas a Holanda apresenta um maior volume de crédito concedido a particulares em proporção ao PIB. As taxas de juro aumentam, mas deslindemos todas as incríveis estatísticas da história do mundial.

A RTP paga, por dia, 220 € a mais a cada enviado ao mundial. Quantia bem longe da disponibilizada pelas televisões privadas. Apesar de não transmitir um único jogo (não é esse o acontecimento?), a televisão pública não se cansa de terras germânicas. A sua exaustiva cobertura dá-nos a conhecer todos os pormenores sórdidos que rodeia o evento desde os portugueses que se deslocaram de bicicleta aos que se passeiam de caravana, não esquecendo o bigode mais original. É este o excelente serviço público que a nossa estação de televisão nos reservou?

Ao imobilismo de Portugal, que teima em permanecer na cauda, junta-se o frenesim que aguarda o júbilo que tudo resolverá. Os deputados alteraram o seu próprio horário de trabalho em dia de jogo. Benesse que a restante população não pode reclamar. Depois da gazeta da Páscoa nenhum deputado – nem mesmo do único partido sem qualquer falta nesse dia – quis arriscar uma sessão parlamentar vazia.

Horas de directos sem a mínima relevância, conteúdo, informação ou sequer novidade. Ausência de filtragem e edição regida por critérios jornalísticos. Continuará este modelo de informação a impor-se? Estará o jornalismo de investigação condenado a sucumbir face a estes conteúdos baratos e imediatos? De momento a discussão pública está em suspenso.

sexta-feira, junho 23, 2006

Como os tempos mudam

Ainda me lembro de uma entrevista em que Xanana Gusmão, enquanto líder da guerrilha, dizia que não quereria ser Presidente da República nem Primeiro-Ministro. Tudo porque, segundo dizia, queria que os seus homens soubessem que estavam a lutar por Timor e não por ele próprio.

Agora parece desejar ser ambos ao mesmo tempo.

Não há palavras que descrevam o horror


Você é Como O Macaco Gosta De Banana:
Você tem um espírito altamente brincalhão e galhofeiro – que para algumas pessoas em seu redor chega a ser abusivo. Gosta de abanar o sistema e não tem qualquer pudor em criar alguma polémica em seu redor. Preocupa-o mais a banalidade do que a incompreensão.

Não acredito que eu a ser uma música do José Cid seja Como o Macaco Gosta da Banana! Tudo menos isso! Eu quero ser a Caos, mas como o teste é da Rádio Comercial todo esse brilhante álbum [10.000 Anos Depois Entre Vénus E Marte] deve ter sido sunegado das hipóteses de resposta. Já agora ao ouvir a música acho que o Cid diz "gajo" e não "cacho".

Não se pense que é a primeira vez que aqui escrevo sobre o mito José Cid, já me havia curvado perante a sua obra aqui, aqui, aqui e ainda aqui.

Abençoados

O CDS-PP desafiou o partido do Governo a acabar com o Bispo das Forças Armadas, com a bênção em inaugurações e com os feriados religiosos.

Fiquei também a saber que o Bispo das Forças Armadas equivale a um General de 2 estrelas.

Não posso deixar de encorajar o CDS a continuar a pressionar o Governo neste sentido!

Jornal no toalheiro

Ao ir à casa de banho sempre me interroguei: o que faz aqui o jornal do dia pendurado no toalheiro?

Não que me esforça-se muito mas não conseguia deslindar o enigma. Não me parecia que alguém fosse até uma casa de banho pública e aproveita-se para meter a leitura em dia.

Não me preocupando muito com o assunto, um dia resolvi partilhar a minha dúvida. Bingo! Acertei na pessoa a quem perguntei! Era o próprio que resolve aproveitar para ler o jornal do dia. E, num acto altruísta o deixa no não vá alguém querer também ler o jornal, certo que ao fim do dia a empregada de limpeza o retirará de lá.

Afinal ainda há quem neste mundo penso no bem estar dos outros.

Futebol: Sol e Sombra

Ilustração de Glez in Le Journal du Jeudi

A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao dever. À medida que o desporto se transformou em indústria, foi desterrando a beleza que nasce da alegria de jogar em si.

Neste mundo do final de século, o futebol profissional condena o que é inútil e é inútil o que não é rentável.

A ninguém dá de ganhar essa loucura que faz com que o homem seja criança por pouco tempo, jogando como joga a criança com a esfera e como joga o gato com o novelo de lã: bailarino que dança com uma bola leve como a esfera que vai ao ar e o novelo que rodopia, jogando sem saber que joga, sem motivo, sem relógio e sem árbitro.

O jogo converteu-se em espectáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para observar; o espectáculo converteu-se num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não se organiza para jogar mas para impedir que se jogue. A tecnocracia do desporto profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia.

Eduardo Galeano

in
Futebol: Sol e Sombra

quinta-feira, junho 22, 2006

Rei (de)posto?

Já tinha escrito sobre Timor. Os piores receios progressivamente ganham mais forma e consistência. Agora é Xanana que exige a demissão do Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, democraticamente eleito. Curiosamente evoca-se uma reportagem de uma cadeia de tv australiana como motivo para a demissão... Outra curiosidade é a intenção de só ser demitido o PM e nenhum outro ministro...

quarta-feira, junho 21, 2006

Em construção - em experimentações

Irra, qual é a parte de autostart="false" que isto não percebe? Será que é só no meu computador ou a música começa a tocar automáticamente?

Em contrução. Ou se apaga ou se escreve um texto a acompanhar a música... se esta não teimar em rodar.

A derrota na vitória

segunda-feira, junho 19, 2006

Os problemas do país

De calças na mão

De acordo com o Destak mil adeptos holandeses foram obrigados a retirar as calças para poderem entrar no estádio e assistirem a um jogo do mundial de futebol. De acordo com a media capital foram cem.

De notar o rigor informativo nesta enxurrada mediática que tudo o resto dilui.

Quanto ao motivo: as calças laranjas foram oferecidas por uma marca de cerveja, contendo o seu logotipo. Ora um tipo que pague bilhete não pode ir vestido como quer. A publicidade é o bem mais precioso por entre as transmissões dos jogos e da míriade de programas de encher chouriços.

domingo, junho 18, 2006

Golo de Barcelos

Não resisti a roubar esta foto genial ao Dolo Eventual, que a entitulou de "Duas gerações... a mesma paixão". A foto será da sic.

Remetente

Ausente no acto de entrega de uma carta registada fiquei com um aviso de entrega muito elucidativo na minha caixa de correio:

Procedente(s) de: Matosinhos
Remetido(a) por: Remetente

Plenamente esclarecido. Todos nós temos um Remetente na nossa vida, aparentemente o meu vive em Matosinhos.

O enigma do aniversário

Não querendo falar da parte triste da coisa fica o enigma.

O nascimento da primeira bebé de Elvas na Maternidade de Badajoz ocorreu às 0h45 locais, 23h45 em Portugal. Os pais não sabem se terão que registar a menina como nascida no dia 16 ou 17. Parece uma enigma ficcionado mas é a relidade. Aceitam-se palpites.

sábado, junho 17, 2006

Ontem Comecei

ONTEM COMECEI
A matar-te meu amor
Agora amo
O teu cadáver
Quando eu estiver morto
O meu pó gritará por ti

Heiner Müller
(tradução de Adolfo Luxúria Canibal)

O bikini da moda

[publicado no Diário de Aveiro, 16 de Junho de 2006]

Em Abril ouvimos o Governo, e principalmente o Ministro Vieira da Silva, louvar-se pela descida do desemprego em Portugal. Evocaram uma descida de 0,9% em relação a Fevereiro de 2006; e de 1,6% relativamente a Março de 2005, data do término do Governo PSD-CDS/PP.

Acontece que esta descida se deveu a uma nova instalação informática que cruza certos dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) com os da Segurança Social. Estes novos parâmetros levaram a que 7.772 pessoas desaparecessem da estatística como desempregados e, dessas, 7.065 passassem a configurar como empregados em busca de novo emprego. Os critérios foram alterados mas nunca referidos nos respectivos relatórios.

Não me compete a mim indicar qual o método mais eficaz e preciso para determinar o número real de desempregados, nem isso está em causa. Mas facilmente nos apercebemos – tal como o Ministro na altura – que esta descida é totalmente artificial, não correspondendo a nenhum acréscimo real no emprego.

Curiosamente este anúncio do falso decréscimo no desemprego ocorre ao mesmo tempo que é anunciada como muito próxima a ultrapassagem de Portugal a Espanha no que se refere à taxa de desemprego, facto que não ocorria desde os anos sessenta.

Pelo meio uma fonte do IEFP referiu à imprensa que estes dados terão sido manipulados com o objectivo de diminuir o número de desempregados e que reinava o mau estar no Instituto. Também na imprensa a saída da directora dos serviços de estudo do IEFP é retratada como uma “demissão mal explicada”. Ambos os casos foram refutados pelo Ministério do Trabalho e Solidariedade Social.

A ânsia em descer a taxa enquanto número parece ser tanta que, periodicamente, os inscritos nos Centros de Emprego recebem uma carta sem aviso de recepção a intimá-los a responder no prazo de 10 dias, caso contrário serão removidos dos registos como desempregados.

Toda esta exaltação e felicidade contrastam com a inépcia do Governo na luta contra o desemprego. Promessa eleitoral há muito esquecida.

Continuamos a ter poderosas multinacionais que se instalam em Portugal usufruindo de desagravamentos de impostos directos e indirectos e que compram hectares de terreno a autarquias a preços ridículos. Multinacionais que, mal podem, saltam para outro país para usufruir de novos subsídios da União Europeia ou de mão-de-obra muitas vezes praticamente escravizada deixando centenas de desempregados. E não se pensem que os terrenos são devolvidos à autarquia. Se por vezes estas deslocalizações se devem a prejuízos acumulados, maioritariamente são casos de sucesso em termos de lucro e qualidade de fabrico. Porém pretendem aumentar desmesuradamente o lucro à custa de direitos sociais e, nalguns países, à custa de direitos humanos.

Em Portugal a insegurança laboral teima em persistir alimentando a precariedade, os baixos salários e o medo que leva à quase inexistência de despedimentos colectivos.

No meio de todo este cenário qual a medida de combate ao desemprego que mereceu uma maior aplicação, vigor e felicitação por parte do Governo? Hábeis alterações de números que disfarçam a realidade.

Que o Governo se congratule só me pode deixar ainda mais triste. O problema do desemprego é tratado como sendo um simples número, como se esses algarismos não escondessem emoções e sentimentos de pessoas de verdade. Prefere-se alterar a subtileza dos números que procurar resolver os problemas das pessoas reais.

Ao longo do meu estudo da matéria sempre fui ouvindo que a estatística é como o bikini, apenas mostra o que nós queremos. O Verão está a chegar. O discurso da tanga já lá vai. Parece que no Governo o bikini está na moda.

segunda-feira, junho 12, 2006

Botas bem pagas

Para quem ainda não percebeu o que [pelo menos] o Mundial 2002, o Euro 2004 e o Mundial 2006 tem em comum é bastante fácil: em todos os eventos o Figo trocou de botas durante o jogo, com direito a grande plano das botas.

Reminescências

Provérbios populares existem para todos os gostos e geralmente existem sempre dois que se antagonizam.

O homem é um animal de hábitos. Nunca levei este a sério, mas lentamente começo a notar algumas evidências dessa persistência na continuidade mesmo em momentos de ruptura.

Muda-se o paradigma mas a rotina permanece, só é necessário um pouco de cosmética que altere um pouco o significado do acto. Ao longo da história da Humanidade muitos destes eventos se executaram.

Recentemente celebramos o 10 de Junho como Dia de Camões, Portugal e das Comunidades. Mas terá sido sempre assim


Com o advento da República em 1910 instituíram-se novos feriados e outros se finaram, em especial os religiosos já que se pretendia a República laica. Criou-se ainda a possibilidade de cada município adoptar uma data com seu feriado municipal. Lisboa escolheu o dia 10 de Junho por se acreditar ser a data da morte de Luís de Camões. Também a escolha da data não se deveu motivos completamente altruístas e inocentes, tratou-se de abafar outro hábito bem perto, o Santo António de dia 13.

A partir de 1933, com o Estado Novo, é que o dia 10 de Junho passou a ser celebrado a nível nacional dando-lhe novo significado, passando a ser chamado Dia da Raça, celebrado até 1974.

Contudo se este 10 de Junho de 2006 foi açambarcado pelo futebol, já em 1944 fora usado para a inauguração do Estádio Nacional do Jamor.

É esta a contextualização que falta para perceber as actividades da extrema-direita em Portugal nas vésperas deste 10 de Junho. Alcançaram em muito o seu objectivo: aparecer na televisão e ainda tiveram o bónus da detenção de um dos seus dirigentes. Tudo pelo seu Dia da Raça.

Outro exemplo de datas que persistem é o 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, que já se comemora desde 1646 por obra e graça de D. João IV. Também aqui falta a contextualização, já que raros são os casos conhecedores da justificação deste feriado. Se no século XVII a Imaculada Conceição foi declarada padroeira de Portugal, também o Estado Novo exacerbou a exploração propagandística da data. Data que mereceu grande actividade do Estado Novo como a publicação do Regulamento da Mocidade Portuguesa Feminina e a criação de vários serviços e infra-estruturas em seu louvor.

Aparentemente nunca se pretende quebrar hábitos. Com a instalação de uma nova ordem usam-se os hábitos instalados trocando-lhe o simbolismo para os aproveitar em seu proveito. Há os mais variados exemplos diversos, não se prendendo apenas com a Modernidade e com questões de calendário.

A pergunta mais estúpida do dia

"Mas está a pensar comprar carro!?"

Ao que eu pensei: "Não! Estou aqui há 10 min a perguntar-te preços, equipamentos de série, opcionais, cilindradas, cavalos, mas na realidade não quero comprar nada! Estava em casa sem nada para fazer e decidi vir até aqui. E meti conversa contigo porque gostei dos teus olhos que brilham por trabalhares numa marca mais conceituada do que as restantes que visitei hoje!"

Nem precisei de responder, o meu olhar disse tudo. Aparentemente não se compram carros vestindo calções e chapéu de abas, muito menos se nos dirigirmos até ao stand de bicicleta.

sábado, junho 10, 2006

A fealdade da criatura

Algures em York no dia em que eu me esqueci do meu almoço. (Pedi autorização para meter aqui a foto.. só não percebi é se ela me foi conceDida)

Ontem fui buscar a Margarida a casa. Aí, junto aos semáforos, a Margarida abre a porta e senta-se confortavelmente num VW Golf prateado... nisto ainda eu estava a caminho num Opel Corsa branco!!

O condutor do Golf vira-se para a Margarida e diz "Por acaso não te enganaste?". Analisemos os factos. Ora uma rapariga entra-lhe pelo carro adentro de boa vontade e lá se instala comodamente... e tudo o que o condutor tem para dizer é para a pôr fora do carro. Bem, serei só de mim ou isto atesta bem a fealdade da criatura!? Ainda para mais não me largou a noite, até se descalçando, obrigando-me a várias peripécias ginásticas para recuperar a sapatilha do fosso dos bastidores. E isto para não falar das cenas obscenas ao sabor de morangos e cerejas...

Mercado Negro

Ontem foi a inauguração do Mercado Negro, um novo espaço em Aveiro numa casa antiga recuperada, que pelo menos por dentro ainda tem traços de arte nova, junto ao Canal Central com vista para a Ria.

Aquilo é tipo um centro comercial alternativo para onde se mudou a Navio de Espelhos e onde existem ainda uma loja de música, uma de design de decoração e uma de bijuteria. Por lá há ainda um bar e uma galeria para exposições de arte onde é suposto ter oferta cultural permanente.

Um interessante conceito. Ah, e eu também passei pela inauguração... havia comida à pala.

Para os exilados há mais informação aqui e aqui.

Silêncio

Ontem fui ao teatro, ao gretua. Gostei bastante da peça e da performance. Mas o que me deixou estarrecido foi o texto. A Marta parece ter mesmo jeito para a coisa. Ainda podem ver a peça hoje e amanhã.

Sinopse:

São 4 e 47. O tempo pára. Encontramo-nos num espaço que apenas existe na nossa consciência, povoado por outros personagens que tanto têm de familiar como de estranho. Pessoas de carne e osso como nós e arranca-corações que se alimentam da nossa dor. É num minuto que os pensamentos frenéticos saltam de memória em memória, fazem-nos sofrer tanto e tanto, até nos sentirmos cansados e não onseguirmos sentir coisa alguma. Contemplamos, então, o silêncio, o silêncio das nossas existências, das palavras mudas que nunca dizem tudo, da morte. São 4 e 48.

10 de Junho

Ligo a televisão e pelo que vejo não me posso enganar: hoje é o dia da selecção nacional de futebol.

Soldados do infortúnio ou da fortuna?

[publicado no Diário de Aveiro, 9 de Junho de 2006]

Timor está a saque. À distância muito pouco nos é dado a conhecer. O rastilho foi aparentemente incendiado por uma antiga rivalidade entre duas etnias. Curiosamente, tudo começou e se agudizou em simultâneo com o decurso do concurso para exploração de petróleo em Timor. Desconhecemos quem realmente se move no tabuleiro e ignoramos o fiel retrato da realidade e magnitude dos acontecimentos.

O mundo vive ladeado de anjos de pureza. Nações insuspeitas que abnegadamente enviam as suas forças militares em auxílio da Humanidade sofrida nas mais diversas partes do globo. À sombra da imagem pública que lhes confere a exportação da democracia e da liberdade permanecem. Noutras latitudes já a máscara destes anjos de pureza se deteriorou e se contempla a sua verdadeira fealdade, os seus reais interesses.

Já a 5 de Maio o Primeiro-Ministro australiano, John Howard, dizia que as suas tropas estavam prontas para entrarem em Timor, demonstrando uma enorme ânsia de intervir. Mais tarde intitulou o Governo Timorense de incompetente, desautorizando-o.

Assistimos à pilhagem de edifícios governamentais sob o olhar atento mas passivo de dezenas de tropas australianas, ao passo que a chegada de apenas três GOE controla a situação. Observamos ainda forças australianas a afastarem a GNR de certas zonas. Boquiabertos espreitamos tropas australianas a protegerem o líder de uma revolta contra um Estado de Direito legalmente constituído, o mesmo que supostamente estão a proteger. E, à medida que escrevo estas linhas, o impensável acontece: militares australianos ameaçam disparar contra a GNR.

Eu não quero acreditar que forças militares não estejam a proteger a população local, nem mesmo os interesses da sua população natal, mas sim de empresas privadas da sua terra natal.

Recuso-me a acreditar, mas a navalha de Occam dilacera-me a razão. Se excluir as explicações simples dou por mim emaranhado em complexos e inatingíveis novelos de lã. Quem não está por bem não deve estar.

A ida da GNR para Timor neste contexto era uma urgência para a população. Contudo, Portugal não podia embarcar na legítima e necessária onda de mobilização nacional sem um mínimo planeamento que protegesse o estatuto da GNR e não os colocasse reféns das circunstâncias. Por este motivo o Bloco de Esquerda foi o único partido a colocar inicialmente reservas sobre a ida da GNR chamando o Ministro dos Negócios Estrangeiros ao Parlamento. Deste modo o Governo teve que definir claramente a missão da GNR, abandonando o objectivo de repor a ordem pública para abraçar a manutenção da paz. Também foi definida a liderança da GNR com o afastamento da hipótese australiana, obedecendo ao Presidente Xanana Gusmão e ao PM Alkatiri nas suas decisões consensuais e com o comando estratégico a ficar nos próprios oficiais portugueses.

Apesar de todos estes esforços a GNR está neste momento confinada ao seu quartel com ordens para não sair e o Governo pondera a sua retirada de Timor.

Os protestos continuam como uma roda dentada em circulação redundante. Os protestantes querem a demissão do PM Alkatiri alegando que este não é capaz de suster a rebelião iniciada e continuada pelos próprios protestantes e que, segundo os mesmos, só terá fim quando o PM finalmente se demitir. A essência destes protestos constitui claramente uma tentativa de derrube do Governo democraticamente eleito.

Ouço o líder revoltoso declarar apoio a Ramos Horta para Primeiro-Ministro. No mesmo dia leio Ramos Horta, actual ministro, afirmar-se disponível para substituir o seu Primeiro-Ministro caso este se demita. Estranheza por estas declarações de quem está na sua dependência. De imediato em Lisboa o Bispo de Baucau, líder de uma revolta que há meses infrutiferamente visou derrubar Alkatiri, declara apoio a Ramos Horta nessa eventualidade. O mesmo nome repetido à exaustão, mas nenhum prémio substitui a legitimidade dos votos.

Timor é uma ilha que no seu seio vive uma situação caótica e que se encontra cercada por embarcações australianas. A substituição dos poderes democraticamente sufragados não necessita de se substanciar por um golpe de estado militar. Muitas pressões estão a ser feitas em Timor neste momento que podem levar a um golpe encapotado.

A situação da GNR face a uma mudança dos poderes timorenses será muito ingrata. Uma força portuguesa na república soberana de Timor terá que estar sempre enquadrada na sua linha de governo. Ora com a consumação de uma qualquer alteração dos poderes a GNR ficaria refém das ordem de um poder não democraticamente eleito. Poderia ver-se na eminência de, na sua missão de manutenção de paz, abafar as tentativas de reposição da ordem democrática por parte da população.

Estranho jogo em que a rainha nunca é sacrificada, em que apenas os peões sofrem.

terça-feira, junho 06, 2006

Prioridades canídeas

Quando uma petição de cidadãos lançou o casamento homossexual para a discussão eis que PP, PSD, PS e PCP criticaram duramente a proposta e o Bloco de Esquerda por a apoiar. Apenas o PP se demonstrou frontalmente contra a iniciativa. PSD, PS e PCP não reveleram o que pensavam sobre o assunto, limitaram-se a argumentar que há prioridades e essa não é uma delas, que seria apenas uma perca de tempo. Que há bastantes assuntos importantes para discutir no Parlamento. Quando não se quer discutir chuta-se para frente.

Seria de esperar que os deputados se entretivessem com matérias que considerassem fulcrais e prioritárias. Matérias de importância factual no seu entender.

Então o que dizer à proposta apresentada no Parlamento pelo líder da bancada do PSD e de outros deputados do mesmo partido que visa instituir o Dia Nacional do Cão? O que dizer da urgência do Presidente da Assembleia da República em discutir o mesmo? Entretanto a direcção do PSD desvinculou-se da proposta do seu líder e de vários outros deputados. Estranhas prioridades.

Existindo já o Dia Mundial do Animal o que justifica o dia nacional do cão? Dias óptimos para a comercialização e anúncio de produtos? Existem mais animais de estimação porque não o dia do gato... ou do periquito? A discussão é tanto mais perniciosa já que está subjacente o conceito de propriedade ao animal, único motivo para a celebração em separado destes dois dias. Porque não celebrar então o dia de outro objecto-propriedade que faça companhia, dê prazer e afaste a solidão dos donos... estão a ver onde quero chegar?

Não obstante tudo isto devo dizer que a Xara (na foto) é uma cadela bem surpreendente que até já se veio deitar a meu lado; e que o Boss é um cão à maneira... se bem que no seu jeito assustador! E já me esquecia da pachorrenta Uva, que no seu negro-mel está sempre disponível para carícias.

The Dresden Dolls - Coin Operated Boy



Aqui fica uma música peDIDA.

Tino e os infortúnios da agitprop

Tino disseste que se escrevesse sobre ti deixavas de visitar estas páginas.

Aqui te deixo este folheto que certamento muito apreciarás (atenta nas páginas do meio, no pdf a página 2).

Caso queiras levar para o emprego para partilhar com os teus colegas tenho aqui em casa 9 Kg do folheto, é só dizeres.

Nota: como vejo que por aqui há bastantes visitas de emigrados aviso já a página 2 precisa de contexto. A descontextualização é um dos dissabores da distância.

sábado, junho 03, 2006

Para onde se MoveAveiro?

[publicado no Diário de Aveiro, 2 de Junho de 2006]


Em anos recentes assistimos por toda a Europa a uma desenfreada onda de privatizações dos serviços básicos e essenciais à população. Portugal não foi excepção e observamos um crescente desinvestimento e esquecimento da coisa pública, que a torna obsoleta e desadequada às necessidades dos cidadãos resultando numa menor utilização e consequentemente em prejuízo. É este prejuízo que justifica a sua venda, como se alguém estivesse interessado em comprar uma empresa condenada a dívidas ou como se a gestão privada fizesse milagres.

Chegado o alegado interesse de investidores estrangeiros na Move Aveiro muitos suspiraram de alívio. Supostamente porque assim a Câmara Municipal se libertaria de encargos com uma empresa municipal deficitária. Mas trata-se de um bom negócio?

Antes de mais é necessário conhecer os investidores, se provém da área dos transportes ou de qualquer outra; e, mais importante ainda conhecer as suas intenções para a MoveAveiro, quais os seus planos e o que pretendem fazer da empresa.

A gestão de uma empresa de transportes por parte de serviços municipais ou de uma empresa privada regem-se por parâmetros bastante diferentes. Enquanto que é do interesse da autarquia que sejam oferecidos os melhores serviços à população mantendo uma perspectiva de rentabilidade; a uma empresa privada interessará aumentar o lucro a todo o custo, pelo que se poderão desenhar dois cenários.

A empresa privada na busca de potenciar o lucro poderá optar pela redução da oferta apenas ao que é altamente rentável, podendo ainda em consequência desta decisão provocar despedimentos. O aumento de preços também não é de descartar. Contudo este cenário é pouco provável.

O cenário mais verosímil é a empresa manter as rotas com pouca afluência de utentes, mas estruturantes para o serviço, mas mediante um subsídio camarário. E caso haja a intenção de oferta de passes sociais ou de manutenção dos preços gerais abaixo de certo nível é fácil de ver quem arcaria com a factura.

Podemo-nos ainda interrogar se a empresa privada estaria na disposição de manter o projecto BUGA, recentemente reformulado.

A existência de interesse privado na MoveAveiro demonstra que a empresa tem potencial de lucro. Com a sua venda a Câmara estaria a abandonar lucro futuro e a abraçar uma despesa para que a MoveAveiro mantenha a mesma qualidade de serviços. Os elevados custos do mercado de emissões de gases de estufa em breve serão uma realidade instalada pelo que os transportes públicos apresentam um valor económico acrescido.

Aveiro tem a particularidade de ser das poucas cidades a deter transportes públicos municipalizados, o que se pode revelar uma enorme vantagem competitiva. A análise do tecido urbano de Ílhavo e das suas praias próximas de Aveiro e a ligação dos municípios da linha do Vouguinha, Albergaria e Águeda, denotam a necessidade urgente de transportes intermunicipais. Ora no caso de nenhuma entidade pública deter uma única empresa de transportes, como seria possível implementar tal intermunicipalidade?

A privatização da empresa de transportes públicos, um bem essencial para a população, não traz pois vantagens a longo prazo. Se a curto prazo se desafogariam as dívidas dos devaneios com dinheiros públicos, a população sofreria com piores serviços de transporte e consequentemente menor qualidade de vida. Panorama apenas contrariado se edilidade abrisse os cordões à bolsa para manter o que já existe e que passaria a não ser seu.

A MoveAveiro é deficitária e a sua rentabilização no presente e no futuro tarda. Contudo no passado, nomeadamente no último mandato do executivo anterior, apostou-se erradamente na redução de rotas e horários. Mero desinvestimento.

Aveiro apresenta uma densidade populacional baixa e uma elevada dispersão, o que torna mais difícil a rentabilização dos transportes públicos. Neste contexto uma aposta forte nos mini-bus para linhas menos movimentadas parece a mais correcta. A única forma de maximizar o retorno do investimento camarário nos transportes é angariar mais utentes e isso só poderá ser feito mediante uma oferta que corresponda de facto às necessidades da população.

sexta-feira, junho 02, 2006

Forma física invejável

"O Ronaldo está mais gordo que tu!" - o meu pai ontem ao ver um jogo do Brasil.

O reconhecimento de que estou em melhor forma que o super-atleta-simbolo-da-nike.

quinta-feira, junho 01, 2006

João Ratão

Quem quer casar com a Carochinha!?

Semana do crédito

Esta semana tenho assistido a uma campanhã extraordinária destinada a crédito para comprar LCDs para ver os jogos da seleção...

Na segunda-feira disseram-me que há pessoas a contrair empréstimos para irem ver a seleção à Alemanha...

Ontem deparei-me com uma revista com inúmeras páginas de publicidade a diferentes entidades de pequeno crédito...

Esta tarde vi os primeiros anúncios de uma entidade de crédito que funciona por sms (!!!)...

Chego a casa e tenho na caixa de correio um cartão de crédito inactivo com o convite para a minha adesão e a sua activação...