quinta-feira, agosto 28, 2008

O socialismo vem aí

Programa do "Socialismo 2008" - clicar para aumentar

O fórum de ideias "Socialismo 2008" decorre durante este fim de semana. O programa e toda a informação está disponível neste site, sejam bem-vindos. Deixo também aqui o texto introdutório ao workshop "O Ar é de Todos: recursos naturais e propriedade privada", da minha responsabilidade.

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Imagens de marca

Ontem, por entre fevereas de porco e fiambre da pá, o Sporting foi goleado.

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sexta-feira, agosto 22, 2008

Queres medalha, toma!

Depois dos melhores comentadores do mundo e do próprio Presidente do Comité Olímpico Português terem insultado a prestação dos atletas portugueses Jogos Olímpicos e colocado sobre eles uma inadmissível pressão extra... eis que tudo muda e esta se torna a melhor prestação de sempre!

Os melhores comentadores do mundo indignaram-se com os 15 milhões de euros gastos nos 4 anos na preparação dos Jogos, num país onde o investimento estatal no desporto (extra-futebol) é anedótico e onde as associações extinguem modalidade amadoras para compensar o défice das suas equipas de futebol. Apesar da realidade, os melhores comentadores do mundo sentados no sofá queriam medalhas, já que os 15 milhões de euros eram seus. O jornal Record hoje tratou de explicar o reduzido número de medalhas que se verifica ano após ano. Nelson Évora é campeão, mas digam-no baixinho, porque Reys dará tudo para ser campeão ;)

--- Não deixa de ser curioso que no dia em que Susana Barbosa afirma no Diário de Aveiro que Portugal não tem medalhas por falta de orgulho patriótico um português, que nunca o seria no seu conceito, ganha a medalha.

--- Não perder os textos do Zero de Conduta sobre os atletas portugueses nos Jogos: I, II, III, IV, V, VI.

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Os meninos bonitos não são socialistas


Em Itália, um tribunal siciliano retirou à mãe a custódia do filho de 16 anos porque o menor se filiou no Partido da Refundação Comunista. O pai entregou aos serviços sociais alguns pertences do filho, como o seu filiação do filho e uma bandeira do Che, para provar a sua alegação. O tribunal considerou que o jovem pertencia a uma organização extremista.

Curiosamente, até há uns meses, o Presidente do Parlamento italiano e dois ministros pertenciam a esta força política. Berlusconni colocou militares em acções de policiamento na rua, prepara-se para expulsar cidadãos comunitários para a Roménia e elaborou uma lei que o iliba e o safa do tribunal. Está criado o clima para o abuso e para a arbitrariedade.

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O alarmante aumento da ciminalidade

A criminalidade está a alastrar perigosamente em Portugal: a violência doméstica já matou 31 mulheres este ano, mais que do que em todo o ano passado.

Neste crime há vítimas mortais e não só crime contra a propriedade. Contudo, ao contrário do carjacking não abre noticiários, já que se trata de uma forma de violência socialmente mais aceite: entre marido e mulher ninguém mete a colher, nem a câmara de teelvisão!

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quarta-feira, agosto 20, 2008

A família ao serviço do capital


A família "tradicional" e a sua estabilidade é essencial para o tecido produtivo do capitalismo. Daí a enorme repulsa ao casamento homossexual e ao casamento de afectos/divórcio sem culpa.

Foi esta organização social que no século XIX permitiu o advento produtivo. Como Manuela Ferreira Leite ainda hoje defende, procriar que nem coelhos para ajudar a economia, isto é, para fornecer novos trabalhadores ao frenesim produtivo/consumista.

O mundo deu muitas voltas, e no século XXI a família tradicional/nuclear volta a assumir uma importância estrutural na economia. Com o neoliberalismo, a estabilidade da familia nuclear é essencial para fornecer as redes de apoio no futuro, após a "anunciada" morte do estado social.

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A família da porrada e dos bons costumes

Barbara Kruger

Cavaco considera que a culpa deve manter-se como a causa do divórcio. Cavaco entende que o casamento se deve manter, mesmo que um dos casados assim não entenda! Como se a partir desse momento - e a lei prevê um hiato de tempo - o casamento ainda existisse. Como se o motivo da desunião só pudesse ser a culpa de alguém.

O Presidente dá ainda um excelente exemplo: «uma situação de violência doméstica, em que o marido agride a mulher ao longo dos anos – uma realidade que não é rara em Portugal – é possível aquele obter o divórcio independentemente da vontade da vítima de maus tratos». Prtanto - e apesar dos argumentos económicos adiantados à frente - a lei deve obrigar que um criminoso de violência doméstica se mantenha casado, mesmo contra a sua vontade e com o devido ascendente circunstancial que lhe permite exercer o seu crime de eleição?

Já agora, o que fez o Primeiro-Ministro Cavaco, com todos os mecanismos legislativos e institucionais ao seu dispôr, para lutar contra a violência doméstica?

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quinta-feira, agosto 14, 2008

Exemplos contrários a grandes negócios


A Câmara Municipal da Maia obteve 8 milhões de euros do QREN para remodelar o parque escolar do concelho. Em Aveiro a coligação, os números e a situação são semelhantes, contudo a opção política foi diferente. A autarquia aveirense podia ter concorrido para obter 8,5 milhões do QREN e entrando com os outros 3,6 milhões. Contudo, a autarquia preferiu uma estranha parceria onde, para além de assumir o risco do investimento, irá gastar 36 milhões de euros - 10 vezes mais!

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quarta-feira, agosto 13, 2008

Só a beleza* é revolucionária


Em nome do «interesse nacional», um alto quadro do Partido Comunista Chinês mandou substituir a miúda de 7 anos que iria cantar na abertura dos jogos Olímpicos, já que esta tinha dentes tortos e um rosto bolachudo. Assim, «pensámos o que era melhor para o país» e meteram uma miúda "bonita" a fazer playback com a voz da miúda "feia"!

* - ou as convenções sociais da norma

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Cowboys de sofá ou a sacralização da propriedade


No assalto/sequestro no BES a polícia usou força mortal numa situação onde existia risco para a integridade física de outrém. Não foi o desfecho ideal, mas o possível e justificado.

Após o assalto a ferro velho numa vacaria, os suspeitos/criminosos, colocaram-se em fuga à GNR. Segundo a versão oficial - por mais improvável que seja - o GNR, ao tentar disparar para os pneus, atingiu com dois tiros uma criança de 13 anos que seguia a bordo, isto a 1 km da vacaria.

O primeiro caso foi o prelúdio, a turba regojizou com o resultado. Na imprensa, blogosfera e na assustadora comunidade comentadora do Público online elogiava-se o desfecho como um exemplo para a malandragem, que serviria para diminuir a criminalidade. Claro está que este tipo de declarações, ainda para mais vindas também da própria polícia podem fazer exactamente o inverso: «incentivar a justiça feita por polícias. Ou seja: um incentivo ao crime».

Poucos dias depois surgiu o caso da criança de 13 anos, com a turba a considerar plenamento justificado aquele uso de força por parte da GNR. Os cowboys de sofá não devem ter reparado que nas perseguições policiais na terra dos cowboys não há tiros, há abalroamento de viatura. E caso os disparos tenha sido feitos por pistola e não por espingarda, umas aulas de física também davam jeito!

Pelo que li já vi que a minha posição é ultraminoritária. Considero que devem haver regras objectivas para que a polícia dispare, sendo justificável que o faça em legítima defesa e quando está em risco a integridade física de alguém.

Mas assistimos a alguns fenómenos sociológicos interessantes que mereciam um estudado compreensivo e objectivo:

  • a influência dos media na percepção da realidade: todos falam como se a criminalidade em Portugal tivesse aumentado, apesar de vivermos num calmo paraíso. A abertura de telejornais vale bem mais que os dados.
  • a sacralização da propriedade: o valor da vida humana é relativizado em contraponto com a absolutização do valor de propriedade. A coisa assume proporções tais que é considerada justificada a morte do ladrão de ferro velho porque atenta contra a propriedade e foge da polícia.

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sábado, agosto 09, 2008

A estranha normalidade

O JMO considera que estas minhas críticas ao regime Chinês aproveitando a janela mediática aberta pelos Jogos Olímpicos é «abusar das coisas para fazer politiquice». De resto, o PCP está de acordo com o JMO, destacando a «normalidade» com que a China preparou os Jogos e desvalorizando as tentativas de «politização» dos mesmos.

Moral da história, o sr. João está a ver as corridas, não o incomodem e não estraguem a festa com criancinhas acorrentadas a máquinas de costura, com execuções públicas em estádios, com deportações forçadas para se construir pistas de tartan, com a censura, com os presos por delito de opinião, com os campos de concentração...

Esta história não é nova. A abstenção perante a politização do sistema vigente arroga-se como regra. É o conforto de quem considera os direitos humanos um pormenor, porque quer ver as corridas. É a cegueira de quem não vê que, do primeiro ao último dia, estes Jogos são uma encenação política, onde a China aproveita ao máximo para se afirmar como potência económica "aceitável". Tal qual os Jogos de 1936 na Alemanha nazi, com a agravante de que a China é já membro de pleno direito do clube das "democracias ocidentais".

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sexta-feira, agosto 08, 2008

Os Jogos da Vergonha

[Publicado no Diário de Aveiro, 8 de Agosto de 2008]


Hoje iniciam-se os Jogos Olímpicos de Pequim. Se a janela mediática tem estado entreaberta, vai-se abrir em definitivo. Na capital da China e noutras cidades estarão milhares de jornalistas. Há ainda a somar milhares de câmaras de vídeos e de fotografia nas mãos de turistas.

No Ocidente, o capitalismo mudou bastante nos últimos séculos devido à constante luta dos trabalhadores. Passou a ter uma grande componente especulativa com abrandamento – mas não desaparecimento – da componente produtiva.

A globalização do sistema dominante divide o planeta em dois: de um lado o mundo produtor, do outro o mundo consumidor. Só assim se consome sem remorsos. O capitalismo é global, as multinacionais são as mesmas. Apenas operam em negócios diferentes consoante a relação de forças na ocasião. Se na Europa os trabalhadores conquistaram o direito à dignidade, então a produção faz-se onde a escravatura assalariada esteja de boa saúde.

O capitalismo do século XIX está vivo, na China e em bastante outros países em vias de desenvolvimento. Aí reina a escravatura assalariada, trabalhadores sem direitos, sem liberdade de expressão e de pensamento, com uma jornada laboral suicida, trabalho infantil, ausência do direito à escola. A China é hoje o rosto mais cruel do capitalismo.

Jerónimo de Sousa e José Sócrates, o PCP e o Governo, sem esquecer os capitalistas: todos tecem loas à China. O Partido Comunista Português realça "o papel cada vez mais importante da China na comunidade global, os êxitos inegáveis do país e os objectivos socialistas que Pequim se propõe alcançar". José Sócrates considera os "juízos políticos" secundários e que "a China está a mudar a ordem mundial, é uma das mais pujantes economias emergentes". O poder instituído e os capitalistas apoiam…

A China é um gigantesco campo de concentração com máquinas de costura. Contudo, o único caso digno de mediatismo é o tibetano. Esta não é uma escolha inocente. O Tibete é um problema digno e legítimo, mas ao contrário da escravatura laboral, não é um caso que coloque em causa o nosso modo de vida. Um simples relato do que é a vida de quem nos produz os bens de consumo, de marca conceituada ou não, seria suficiente para morder o capitalismo. Porém nem uma grama de notícia.

A censura tem sido uma constante, quer por parte de meios de comunicação chineses quer pelos ocidentais e ainda por empresas de internet ocidentais. O capital não morde nos seus. É por este mesmo motivo que considero estes Jogos da Vergonha uma oportunidade única. Está aberta a janela mediática, é aproveitar.

O atleta negro Jesse Owens envergonhou a Alemanha nazi e os Estados Unidos segregacionistas ao ganhar quatro medalhas de ouros nas Olimpíadas em Berlim de 1936. Nos Jogos Olímpicos no México (1968), Tomie Smith e John Carlos no pódio tomaram uma posição – punho levantado com luva negra, descalças e com contas no pescoço – contra a segregação racial de que eram vítimas nos Estados Unidos. O terceiro atleta no pódio, o australiano Peter Norman, usou um crachá em apoio à causa. Por esta atitude, os dois atletas negros foram expulsos dos Jogos e Peter Norman repreendido. Os três foram ostracizados nos seus países, até às sucessivas homenagens que apenas ocorreram neste século.

O Presidente do Parlamento Europeu, apela a que os atletas denunciem as violações dos direitos humanos. Este senhor do status quo pede para que atletas façam aquilo que a própria União Europeia e o Parlamento Europeu institucionalmente não fazem.

Em 2004 os Jogos regressaram à sua casa da antiguidade. Na modernidade os Jogos vão pela primeira vez à sua casa, onde as grandes marcas que patrocinam os Jogos e os atletas explora e fazem disso o seu lucro.

A janela mediática está aberta, espero que os atletas nos Jogos e os trabalhadores chineses nas ruas digam bem alto que os direitos humanos, a escravatura laboral e a liberdade de expressão não são um pormenor. A queda do regime totalitário e sanguinário e a transformação social na China é a exigência não só de uma força de esquerda progressista, mas da própria modernidade.

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segunda-feira, agosto 04, 2008

Não seria suposto a groselha ter groselha?

Groselha, ingredientes: Água, Açúcar, Aromatizantes, Corante E123 e Conservante E220

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sexta-feira, agosto 01, 2008

O último a sair feche a porta

O empréstimo pedido pela CM Aveiro obteve o visto do Tribunal de Contas, outra coisa não seria de esperar depois do T. C. ter explicado como se fazia. A autarquia pode finalmente pagar algumas contas por ora, o pior é para quem vier após o período de cadência.

Espero que as medidas economicamente suicidas - negócio rentista escolas/estacionamento - do plano financeiro não se concretizem e espero que sempre vendam o estádio por 65 milhões de euros...

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O prazo do iogurte e a voz do dono


A propósito do funcionamento e do futuro da coligação PSD/CDS-PP em Aveiro, o Presidente da Distrital do CDS-PP (Raul Almeida) classificou as afirmações do Presidente da Concelhia de "inócuas e não têm prazo de validade superior ao de um iogurte".

Raul Almeida diz ainda que o PSD "percebeu perfeitamente a cadeia de comando e de decisão do CDS".

Estas declarações, mais que a desautorização e vexame público, indicam aquilo em que se tornou o CDS-PP: um partido unipessoal. Este caso, o assalto ao poder feito por Paulo Portas e outros que vão despontando pelo país mostram que é um partido onde os aderentes, e no caso a concelhia eleita, não tem voto na matéria. Raul Almeida não se preocupa em argumentar qual a melhor escolha, se a sua se a que critica, basta-lhe referir a "cadeia de comando", ou seja mostrar que o partido responde à voz do dono.

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Atenção, Atenção! Aviso à população!

Notícia de última hora: a montanha pariu um rato!

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