Como é que o mercado realmente funciona?
Das entrevistas mais verdadeiras que há por aí... [via Câmara dos Comuns]
Etiquetas: capitalismo, economia de mercado
Etiquetas: capitalismo, economia de mercado
O governo britânico já vai na sua segunda nacionalização de um banco falido, desta vez foi o Bradford & Bingley, sendo que o governo prepara já venda de parte ao Santander. Cheira-me que perderá bastante dinheiro no processo.
Se por lá estão entretidos com a nacionalização de prejuízos, por cá prepara-se a privatização de lucros com a venda do resto do GALP. Por todo o lado os governos mantém a fé no mercado, nem que para isso seja preciso fazer negócios lesivos para todos nós.
Com toda a ganância, as empresas financeiras jogaram e perderam as poupanças e reformas de milhões de cidadãos. Surge então o papá Estado a usar o nosso dinheiro - muito do qual nem sequer existia - para assegurar a viabilidade destas empresas agora falidas para que no futuro nos possam continuar a fazer o mesmo.
O Estado assume o risco, precisamente aquilo que na filosofia liberal justifica o mérito e a acumulação de capital. No credo do "mercado livre", a "mão invisível" ditou a falência e a inviabilidade destas empresas e práticas, o Estado na defesa do "mercado livre" assegura a sua continuação. Amén.
* - expressão roubada a José Mário Branco
Etiquetas: capitalismo, economia de mercado
Em 1929 a JP Morgan comprou inúmeros bancos em falência, constituíndo-se no gigante que é hoje. Na crise de 2008 já comprou o Bear Stearns e o Washington Mutual, em ambos os casos com a intervenção do Governo Norte-Americano.
Etiquetas: capitalismo, economia de mercado
Etiquetas: PCP
Sobre o tema, um ouvinte usou vinte vezes a palavra "aberração" na sua intervenção. Num raciocínio puramente lógico afirma que se trata de "uma aberração da natureza" extensível a todas as outras espécies. Na própria argumentação temos que se trata de algo natural já que é comum na natureza, mas que é uma "aberração da natureza" porque este senhor assim o entende. Acho que descobrimos o arquitecto do universo, quem quiser que meta o seu raciocínio em forma de silogismo.
Um outro ouvinte considera que deve haver uma revolução de valores, e nos devemos interrogar se temos a aprovação do "senhor e rei da vida". Ou seja, deve ser preciso perguntar ao ouvinte anterior!
Acho que já percebi porque é que no parlamento os opositores do casamento homossexual não argumentam: com os argumentos disponíveis ficariam muito mal vistos perante a sua própria consciência. Assim vemos todos esses deputados com a lenga-lenga de que não é uma prioridade.
Etiquetas: homossexualidade, o bafio da normalidade
Etiquetas: capitalismo, economia de mercado
Etiquetas: capitalismo, dinheiro, economia de mercado
Etiquetas: capitalismo, dinheiro, economia de mercado
Etiquetas: capitalismo, dinheiro, economia de mercado
Etiquetas: é a economia estúpido
Etiquetas: dinheiro
Leia-se o que já em 2003 dizia o ultra-liberal Ron Paul (candidato derrotado nas recentes primárias do Partido Republicano e congressista pelo mesmo partido) sobre estas injecções de dinheiro (citado pelo Blasfémias, responsável pelos destaques):
(…) This explicit promise by the Treasury to bail out GSEs [government sponsored enterprises] in times of economic difficulty helps the GSEs attract investors who are willing to settle for lower yields than they would demand in the absence of the subsidy. Thus, the line of credit distorts the allocation of capital. More importantly, the line of credit is a promise on behalf of the government to engage in a huge unconstitutional and immoral income transfer from working Americans to holders of GSE debt.(…)Ironically, by transferring the risk of a widespread mortgage default, the government increases the likelihood of a painful crash in the housing market. This is because the special privileges granted to Fannie and Freddie have distorted the housing market by allowing them to attract capital they could not attract under pure market conditions. As a result, capital is diverted from its most productive use into housing. This reduces the efficacy of the entire market and thus reduces the standard of living of all Americans.
(…) Perhaps the Federal Reserve can stave off the day of reckoning by purchasing GSE debt and pumping liquidity into the housing market, but this cannot hold off the inevitable drop in the housing market forever. In fact, postponing the necessary, but painful market corrections will only deepen the inevitable fall. The more people invested in the market, the greater the effects across the economy when the bubble bursts.”
Etiquetas: capitalismo, dinheiro, economia de mercado, liberalismo de pacotilha
Já em 2006, data de apresentação da primeira proposta legislativa, a questão do "mais simples" foi das mais debatidos pelos opositores da lei. Contudo, é bastante curioso que se discuta a "simplicidade" no final mas nunca no início. Para a realização do casamento basta o livre consentimento de ambos (o que concordo), nada mais simples que isso. A simplicidade com que se casa nunca foi nem é tema de conversa. Nunca ninguém se lembrou de questionar se o casamento e o acesso ao mesmo deve ser mais complicado ou não. Aliás essa simplicidade e o incentivo ao casamento é alegremente difundida por aqueles que agora se indignam com a "simplicidade" do divórcio.
Gostei particularmente da intervenção do padre Manuel da Rocha no programa, afirmando não se rever neste processo em que lhe parece que há várias opiniões e ganha a opinião que tiver mais adeptos. Compreendo que se trate de um conceito difícil, mas chama-se democracia. Acrescenta ainda que esta nova lei é um clima de sociedade em que a ICAR não se revê, e acrescento eu que está no seu direito, não está é no seu direito impor a sua moral a toda a sociedade em substituação da democracia e da liberdade individual.
Etiquetas: chama-se democracia, divórcio, família
Para resolver este problema o que faz o Banco Central Europeu? Insere freneticamente zeros no computador, 100 000 000 000 euros para ser preciso.
O BCE quer resolver o problema dos bancos terem andado a emprestar dinheiro que não existia e que não tinha correspondência com valor "real", criando mais desse dinheiro. É «curar bebedeiras com álcool» ou «atirar gasolina para a fogueira». O BCE mete mais dinheiro nas mãos de quem provocou e chegou a esta situação exactamente por lhe terem dinheiro na mão.
O cidadão, esse não se deve imiscuir nestas questões da economia, mesmo que daqui a uns dias o dinheiro que tem na carteira, apesar de ter os mesmos dígitos, valha menos que anteontem. É assim e nada de paleio.
Adenda: Isto para dizer que adoro quem pergunta quanto é que nos custaria não injectar este dinheiro, quando a pergunta é quanto é que esta conduta no passado nos está a custar hoje.
Nota: as citações linkadas são de liberais insuspeitos.
Etiquetas: economia de mercado
Hoje 320 milhões de pessoas foram assaltadas, ainda assim aquém do recente assalto de mil dólares a cada um dos 300 milhões de estado-unidenses.
Adenda 16.Set: Aos 30 mil milhões de ontem juntam-se mais 70 mil milhões hoje, já se poderá falar numa "onda de assaltos".
Etiquetas: capitalismo, dinheiro, economia de mercado, isto é um assalto
«...confirma o MPLA como a grande força da paz e da reconstrução nacional em que os angolanos confiam para a concretização das suas aspirações de progresso social.»
Entretanto, e já depois das eleições, a Isabel dos Santos continua a comprar tudo o que mexe em Portugal, desta vez foi o BPI. E a Human Rigths Watch considera que as eleições foram «realizadas sob numerosas irregularidades».
Etiquetas: Angola, cleptocracia
BCE injecta 30 mil milhões de euros para acalmar mercados financeiros
O que isto quer dizer é que uma instituição não eleita, sem controlo democrático e sem que os seus objectivos tenham sido sufragados pela população criou a partir do nada uma quantia pornográfica de dinheiro para suster a procura de liquidez do mercado.
Como consequência, a riqueza monetária de cada um de nós passa a valer menos (inflacção, desvalorização da moeda) já que o dinheiro, para além de ser uma representação social de valor, é também uma mercadoria regida pelas regras de oferta e procura.
A população europeia acaba de ser empobrecida para acudir à banca. Quando se trata de resolver problemas sociais, a começar pela pobreza extrema e a fome, não há dinheiro disponível dizem, nem tão pouco o criam.
Etiquetas: capitalismo, dinh, economia de mercado, isto é um assalto
A história não é nova e tem-se repetido: imensos contentes saem à rua a vangloriar o governador civil pelo feito, já que apenas a sua influência o tornou possível, ao mesmo tempo que acusam o Presidente da Câmara de se colar ao feito. O alcaide é mais avantajado que o xerife, dizem.
Este é o retrato do país que temos. O país é desenhado pelos pequenos interesses e pelo tamanho da influência dos alcaides e xerifes, não por uma lógica de coesão territorial e de melhor servir a população como um todo. E quem o desenha assim não tem o mínimo pejo em o anunciar aos quatro ventos. Para mais, ninguém se envergonha quando dá a entender que a fixação de determinada sede em dado local o beneficia em detrimento dos outros, como se não fosse suposto o organismo em questão não discriminar parte da área que serve e como se um dos factores que condiciona a sua localização não fosse exactamente o potenciar esse benefício mútuo.
Tenho a consciência da impopularidade do que estou a escrever, como aliás se comprova com a escolha de Aveiro para receber um estádio do Euro 2004 . Não houve um único deputado municipal que tenha votado contra o estádio, não sendo raro ouvir «sê realista*, naquele momento ninguém podia votar contra a vinda de uma infra-estrutura daquelas para Aveiro». Outro exemplo são as sucessivas vitórias autárquicas do orçamento queijo limiano.
Esta é a política que temos. Vivemos num mundo que já sabe todas as respostas, onde nem em programas políticos há discussão ideológica, apenas de discute a gestão do dia seguinte. Não se discute o turismo, discute-se a sede; não se discute a economia, discute-se a direcção regional. As opções são todas as mesmas, a receita é igual, é uma questão de quem a faz melhor, daí a magnânime importância de andar de régua na mão: é a única coisa distintiva. A malta continua pobre e explorada, mas tal qual no Civilization tem agora uma pequena maravilha na terra para alegrar a malta.
* [Gosto daquilo a que chamam realismo: a receita única. Ainda a despropósito, por aqui se vê que os políticos do poder não estão disponíveis para votos impopulares e difíceis, a não ser que seja em nome da economia (vulgo apertar o cinto).]
Etiquetas: o fim da História, país aos retalhos
Etiquetas: centrão
Etiquetas: Angola, cleptocracia, democracia
Etiquetas: Angola, cleptocracia
Etiquetas: Angola, cleptocracia
Etiquetas: Angola, cleptocracia
Etiquetas: Angola, cleptocracia
Um país onde os impostos são demonizados, e que como tal a saúde e a educação são serviços pagos a que milhões não tem acesso, prepara-se para salvar duas empresas privadas através dos impostos dos cidadãos.
No país modelo da "mão invisível" do mercado, o Estado realiza uma das maiores nacionalizações da história moderna, nacionalização de prejuízos entenda-se. É o retrato fiel do capitalismo onde o risco é assumido pelos cidadãos.
Etiquetas: capitalismo, economia de mercado, liberalismo de pacotilha
Curiosamente, a Comissão Nacional de Eleitoral Angolana convidou 18 deputados portugueses (9 PSD, 5 PS e 4 CDS/PP) para serem obervadores, mas só avisou os deputados e a Assembleia da República com um dia de antecedência. Não menos curiosamente, (e apesar do PCP ter o seu observador) e de tudo ter sido feito para que estes 18 deputados não pusessem os pés em Angola, da lista de convidados não consta qualquer deputado do Bloco de Esquerda, não fosse o diabo tecê-las e ainda aparecesse lá algum...
Já agora, aqui fica o editorial do Público e o da SIC sobre o boicote de que foram alvo
Etiquetas: Angola, cleptocracia
--- Eleições em Angola: observadores da UE dizem que escrutínio está a ser um "desastre"
--- “Quem não se dá com a Sonangol dá-se mal em Angola”... sobre o mundo dos negócios angolano
Estas duas notícias do Público sobre Angola contrastam com o panegírico em curso no blog do repórter da RTP que está em Angola a cobrir as eleições, como por aqui já se disse. Não sou de conspirações, mas talvez isto explique um pouco porque é que a RTP é dos poucos órgãos de comunicação portugueses autorizados a entrar em território angolano nesta época de eleições, enquando essa entrada e cobertura das eleições fio negada a este mesmo Público, a SIC, a Visão, o Expresso e a Rádio Renascença.
Etiquetas: Angola, cleptocracia
Etiquetas: direitos laborais, o país de pernas para o ar
Manchester City quer comprar Cristiano Ronaldo em Janeiro por 165 milhões de euros
Al-Fahim, 10 vezes mais rico que Abramovich, num dia comprou o Manchester City e o passe do Robinho... brinquedos caros!
Ao contrário do que se possa pensar, é nos momentos de crise no capitalismo que se fazem os melhores negócios. Nestes momentos de crise, mais do que uma redução de riqueza, o que sucede é uma transferência de riqueza.
Antes da terça-feira negra existiam imensos bancos, depois passou a existir um monopólio da JP Morgan que os comprou quase todos. Agora, quando muitos deixam de ter capacidade financeira para comprar alimentos, quem jogou no Mercado de Futuros de Chicago enriqueceu.
A crise faz parte integral do capitalismo e este não existiria sem a crise. A crise é essencial ao capitalismo e este não pode viver sem ela. A crise gera os mecanismo necessários de reconcentração da riqueza entretanto dispersa. O capitalismo não morrerá da crise, quanto muito poderá morrer por causa da crise e da convulsão social por ela gerada... mas se a isso chegarmos o capitalismo tentará usar a sua enorme capacidade de adaptação.
Etiquetas: capitalismo, crise