sexta-feira, agosto 31, 2007

Vou ali e já venho

[para ver o programa clicar na imagem]

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Money well spent

quinta-feira, agosto 30, 2007

18 meses


"Se calhar vais ter novidades... isto de falar mal é muito fácil!" diz-me JMO na caixa de comentários do texto abaixo sobre as bicicletas parisienses [e as BUGAs]. Como a resposta é extensa e vou abordar a política da CMA para as BUGAs, decidi trazê-la para aqui.

Fácil é dizer que se diz mal! Eu contrapus dois modelos, simplificando: o concentrado em vigor, com apenas um local para pegar e largar a BUGA; e o disperso com BUGAs distribuídas pela cidade. Critiquei o modelo vigente e defendi uma alternativa, como já o tinha feito antes.

Quanto às novidades, foram prometidas há 18 (dezoito) meses pelo Vereador Pedro Ferreira, prometendo o retorno ao modelo "disperso" (às moedinhas). Na altura, a análise do Vereador das vantagens da dispersão coincide com a minha: permite «a maior mobilidade entre os espaços e a maior simplicidade na utilização por parte de quem visita a cidade». Pedro Ferreira anunciou ainda os «novos parques que vamos instalar em diversos pontos da cidade».

18 (dezoito) meses volvidos tudo continua igual. O Vereador Pedro Ferreira e o restante executivo camarário foram incapazes de neste tempo implementar aquilo a que se propuseram. Recordo que na altura estas mudanças seriam implementadas nos meses seguintes. [Estás a ver a diferença? Este parágrafo já é mais do estilo "dizer mal", embora o seu conteúdo seja verdade.]

Portanto, para JMO isto de criticar as políticas do executivo da CMA, mesmo que adiantando uma alternativa é pura maledicência. JMO resguarda a política do executivo nas supostas novidades que não são públicas (ou serão aquelas com 18 meses?). Pois, só assim! Só é possível defender a política deste executivo camarário baseando-se na suposta boa vontade das suas intenções, pois porque de trabalho feito nada!

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As bicicletas de Paris

[Foto da Mairie de Paris]

Nem de propósito, hoje no Diário de Notícia, o jornalista Sena Santos dá-nos conta da última loucura de Paris: bicicletas ao serviço do cidadão. Dois milhões de alugueres em 39 dias!

Em França várias outras cidades foram ou estão a ir atrás, Londres estuda o assunto, a empresa da bicicletas quer levar a ideia para os Estados Unidos.

Por cá, também havia a BUGA (Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro), que de veículo utilitário passou a mero adorno turístico. Lembro-me que algures no início do mandato deste executivo prometeram voltar ao sistema da moedinha, em que era possível a cada cidadão pegar na BUGA em vários pontos da cidade e a podia deixar em outros tanto. Continua o sistema de deixar um cartão de identificação, circular com a BUGA, com apenas um ponto de entrega e devolução na cidade. Extremamente prático portanto.

Em Paris há pontos de entrega a cada 300 a 500 metros, o que explicará certamente o sucesso da iniciativa... é que assim as bicicletas servem realmente para alguma coisa! Claro está que numa metropole de milhões, com imensos turistas é mais fácil implementar a coisa. Mas outras cidades mais pequenas estão a imitar o modelo de Paris, cujo sucesso parece ser uma grande alavanca para a reeleição do 'maire' Delanoe.

Por cá, nem bicicletas utilitárias nem uma rede integrada de vias cicláveis.

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Sexta há bicicletada


Todas as últimas sextas-feiras de cada mês, pelas 18h na Ponte Praça.

Aparece e divulga!

A Massa Crítica [uma “coincidência não organizada”] organiza estas bicicletadas em 350 cidades por todo o mundo. Em Portugal já existe em Lisboa, Porto, Coimbra e agora Aveiro.

O objectivo é divulgar a utilização de meios de transporte viáveis não motorizados, criar condições ao seu uso e melhorar a mobilidade urbana.

Disse que em breve tentaria meter aqui mais informação sobre a bicicletada de Aveiro. Bem tentei encaixar o pdf sem sucesso. Aproveitando-me do esforço alheio cá está a informação no pdf online.

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terça-feira, agosto 28, 2007

O interesse nacional

[Foto retirada da Wikipédia]

Eu pensava que a Barragem do Alqueva apenas serviria para fomentar a especulação imobiliária! Estava enganado, aquilo sempre vai servir para regar alguma coisa... os 4 (quatro!!) campos de golfe de um complexo imobiliário classificado pelo Governo como Projecto de Interesse Nacional!

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segunda-feira, agosto 27, 2007

A ler: Escravos da banca

A propósito dos empréstimos aos estudantes universitários, vale a pena ler a informação recolhida pelo Zero de Conduta para perceber onde anda Portugal no que diz respeito ao investimento na educação comparativamente com União Europeia.

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sábado, agosto 25, 2007

Jornalismo de paixões


Confesso que não sou leitor do jornal Semanário e que só ultimamente tenho ido espreitar a sua edição online. Mas garanto que vale a pena. Desconheço a linha editorial, mas tenho visto que o jornal tem uma enorme obsessão pelo Bloco. Fantástico é que as notícias são iguais aos artigos de opinião [ex.: opinião e notícia].

Vejamos a capa desta semana. Vários militantes que demonstraram publicamente o seu descontentamento com o acordo de Lisboa. Verdade! Até o fizeram em artigos de opinião no próprio site do Bloco. É assim que as coisas se fazem por cá, democraticamente e com cada um a pensar por si e a expressa-lo livremente. Eu também já expressei que discordo do acordo.

Já alguém ouviu dizer que órgão do PS decidiu o acordo? Já ouviram alguém do PS, que não António Costa, a falar do acordo? Tanto mais prementes são estas questões já que até ao momento António Costa capitulou perante grande parte do programa eleitoral do Bloco!

A parte mais cómica desta edição do Semanário é o episódio do milho. Jovens ecologistas estarão desiludidos com o BE por ter condenado a acção! Ou seja, os tipos que andaram à pancada no milho estão descontentes por um partido político não os apoiar! Não será isto lógico? Preso por ter gato e por não o ter: se aqui atiram-se ao Bloco por este não apoiar a iniciativa, noutros textos atiram-se ao Bloco porque estará por trás da iniciativa!

E a melhor parte: "Investigações do Ministério Público podem conduzir à identificação militantes do Bloco". Eu diria mais, não havendo qualquer indício que aponte para qualquer lado, as investigações até podem identificar sócios do Benfica, do Rancho de Sarrazola, da Associação Recreativa e de Pesca de Travassô ou da Comunidade do Chá das 17h do Estoril!

Se eu for apanhado a ter relações sexuais com toda a selecção brasileira de futebol feminino num jardim da cidade e sendo eu militante do Bloco, será que este acto significa que o Bloco apoia orgias e deboche em locais públicos?

O próprio Governo tentou colar os acontecimento do milho ao Bloco. Porém é sintomático que eu seja membro da Comissão Nacional de Ambiente do Bloco e nunca tenha ouvido falar da Ecotopia até à iniciativa... e que o Estado Português, através do IPJ com decisão do Governo, tenha apoiado e incentivado à participação da Ecotopia que descambou na destruição do milho.

E já agora, no dia em questão os jovens do Bloco estavam mobilizados... para São Gião na Serra da Estrela: Acampamento Nacional de Jovens do Bloco de Esquerda.

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sexta-feira, agosto 24, 2007

Tudo bons rapazes

[publicado no Diário de Aveiro, 24 de Agosto de 2007]


Pela primeira vez em Portugal, foi detectado o financiamento ilegal de um partido. O Tribunal Constitucional deu como cabalmente provado que em 2002 uma empresa de construção civil, a Somague, pagou a uma empresa de design e publicidade uma factura de 233 mil euros por serviços efectivamente prestados ao PSD e à JSD. Trata-se de um donativo 10 vezes superior ao permitido pela lei da altura e feito de forma encapotada.

De acordo com as informações vindas a público, sete facturas emitidas ao PSD foram anuladas, a sigla foi riscada e substituída pela da Somague. Anexado às facturas estava um documento interno para adoptar este procedimento. Os trabalhos pagos referem-se à campanha das Autárquicas de 2001. A empresa de design assegurou à Policia Judiciária que a alteração da entidade pagadora foi solicitada pelo PSD, através de um dos seus dirigentes. Este dirigente do PSD viria a ser o primeiro Secretário de Estado das Obras Públicas no Governo de Durão Barroso, exercendo funções de Abril de 2002 a Abril de 2003.

O jornal Público na sua edição de ontem dá conta que uma das primeiras decisões políticas anunciadas por este Secretário de Estado das Obras Públicas foi parar a concessão de uma auto-estrada contestada pela Somague. A Procuradoria-Geral da República acabaria por não dar razão à Somague, mas esta entretanto entrou para o negócio integrando-se na primeira classificada do concurso público.

Como refere o diário, este acto do Secretário de Estado foi tomado um mês e meio depois de a mesma pessoa, enquanto dirigente do PSD, ter solicitado a alteração da entidade pagadora das facturas.

Esta é em traços gerais a história do caso já noticiado por todos os órgão de comunicação. O porta-voz do PS reagindo ao caso preferiu realçar que, apesar do Tribunal Constitucional continuar a detectar casos, a apreciação do PS é a de que “o cenário global de transparência nas contas dos partidos tem vindo a melhorar”.

Outras informações recentes davam conta que, no âmbito da investigação Portucale, tinham sido encontrados donativos suspeitos no CDS-PP registados em nome de Jacinto Leite Capelo Rego, sem qualquer outro elemento identificativo. A campanha do PS no Brasil, nas legislativas de 2005, também foi notícia pela utilização de anúncios de televisão e pela nomeação de um “cônsul honorário” da nação.

Apesar da tranquilidade difundida pelo porta-voz do PS, ninguém pode estar satisfeito com a situação actual. Os partidos deveriam por sua iniciativa tornar pública a lista dos seus principais financiadores em cada campanha eleitoral. Mas nenhuma medida adicional pode substituir o integral cumprimento da lei pelos partidos. Ilegalidades como esta agora divulgada são inadmissíveis. Este caso e outros que eventualmente surjam devem ser escrupolosamente averiguados. Impõe-se que Durão Barroso, à altura líder do PSD, e uns dias mais tarde Primeiro-Ministro de Portugal se pronuncie e clarifique o assunto. Mas parece que ainda ninguém se lembrou de incomodar o actual Presidente da Comissão Europeia.

O Presidente da República, lesto noutras situações a pedir investigações e a exigir o cumprimento da legalidade, até ao momento ficou na comodidade do silêncio perante um caso que atenta contra a democracia, a transparência, a moral e a credibilidade da política.

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quarta-feira, agosto 22, 2007

Para quem não percebeu

... o Diário de Notícias explica.

Na capa do DN de hoje podemos ler o pequeno título «PSD financiado pela SOMAGUE». No título não cabe a palavra “ilegal”.

O DN de hoje traz ainda o editorial «Uma lei pouco prática e muito contornável» sobre o tema e pasme-se o problema é a lei do financiamento dos partidos! A violação da lei não merece reparos.

A outra metade do editorial é dedicado ao caso do milho que ocorreu sexta-feira no Algarve, que já tinha tido direito a outros dois editoriais no mesmo jornal (no domingo e na segunda-feira). Relativiza-se assim a promiscuidade entre o PSD e uma empresa de construção civil para fixar o olhar em algo que se quer mais grave: o caso do milho.

Nestes três editoriais o DN não encontrou qualquer problema na lei do “milho”. A lei actual é a de 2005 (altura em que o PS mudou de posição sobre o assunto). Nesta lei foram criadas as zonas livres de transgénicos fixadas pelas Assembleias Municipais, trata-se portanto de uma decisão democrática a nível local. Mas a portaria também diz como acabar com essa prerrogativa: impõe que dois terços dos agricultores assinem uma declaração prévia favorável – um processo burocrático, tudo menos ingénuo - e , logo a seguir, que a decisão pode ser invalidada pela simples vontade de um agricultor. É um completo absurdo. De que adianta a maioria democraticamente eleita decidir (no Algarve foi por unanimidade), se um só – e foi o caso – invoca o seu direito, e com esse gesto, anula a decisão? [referências à lei retiradas do blog de Miguel Portas, com link]

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Records

Imagem da RiaNet

Até há pouco tempo existia aqui pertinho o milhorinto, um labirinto lúdico cujas paredes eram feitas de milho. Adivinhem quem conseguiria sair do milhorinto em menos tempo...

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terça-feira, agosto 21, 2007

Alguém falou de violações à lei?


Esta semana, Pacheco Pereira, Marques Mendes e o Presidente da República Cavaco Silva tem andado particularmente interventivos nas questões de violação da legalidade. Aguardo para ouvir o que o Presidente tem a dizer no momento em que, pela primeira vez em Portugal, é detectado um financiamento ilegal a um partido e para ver quanto tempo perdurará a questão na imprensa...

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segunda-feira, agosto 20, 2007

O caminho mais rápido para descredibilizar uma causa*



* - título roubado do Bloguítica, onde encontrei o vídeo. Outros títulos possíveis:
  • Alguém quer adoptar um activista ambiental!?
  • O único ganho para a causa seriam umas bastonadas da GNR
  • Milho quê!?

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Desobediência civil: de Barrancos a Silves

[Foto daqui]

Bastante curioso observar o caso do hectare de milho transgénico destruído em Silves por activistas ambientais! A reescrita da História continua em voga com o apagamento de páginas web do Governo e pelo que vi julgo que também uma associação ambiental): todos querem lavar as mãos (. O passado não existe.

Miguel Portas declarou a sua simpatia com o primeiro acto de desobediência civil ecológica realizada em Portugal. Apreciei bastante os comentários deixados a este texto, a reacção do DN e de vários blogues deambulando pelos estereotipos facéis e pelo desejo de sangue. Todas estas reações levaram a um segundo comentário da parte de Miguel Portas.

A GNR assistiu passivamente ao acto, o Ministro vai visitar a Herdade e o Presidente da República quer uma investigação sobre o caso.

Ao contrário de Miguel Portas, discordo em absoluto deste acto da Verde Eufémia. Acima de tudo porque divide a luta onde a devia unir. A luta pela rejeição dos transgénicos faz-se com os activistas, com os consumidores e com os agricultores (sejam eles latifundiários ou pequenos proprietários). Outro factor da minha repulsa pela iniciativa é exactamente a razão de ser deste texto, incentivou o debate sobre a desobediência civil e não sobre os transgénicos dos quais por ora nem falarei. E, sendo a primeira vez que os OGMs aparecem em destaque na imprensa, associou esta luta aos ambientalistas facilmente estereotipados na sociedade. Quanto a mim um erro gigantesco, tanto mais que nada se ganha com esta destruição de propriedade alheia. O resultado final é apenas o prejuízo do proprietário.

Apesar da minha recusa deste acto em concreto, considero a desobediência civil em democracia um acto perfeitamente legítimo (embora obviamente ilegal). Em democracia os cidadãos devem ter o direito a desobedecer pacificamente a leis que considerem injustas, estando conscientes que desse seu acto incorrem em infracção, na intervenção policial e nas consequências legais e penais. Aliás, muito dos ganhos desta forma de luta derivam exactamente de colocar a nú a injustiça e a opressão sobre os cidadãos.

Existem vários casos de desobediência civil em democracia que fizeram a sociedade avançar. Pela sua simplicidade o meu favorito é o de Rosa Parks que na democracia estado-unidense se recusou a obedecer a uma das suas leis, sentando-se nos lugares da frente de um autocarro (por lei reservados a cidadãos brancos). A nossa visão sobre este caso tende a considera-lo como bastante diferente do presente, mas isso deriva do nosso julgamento moral sobre a lei em causa.

Os touros de morte em Barrancos são um caso recente de desobediência civil onde tudo foi diferente. Os cidadãos de Barrancos decidiram ir contra a lei que consideravam injusta. A GNR presente em grande número assistiu passivamente à violação da lei em mais que um ano. Que eu saiba nunca ninguém foi julgado pelos ilícitos que cometeu, nenhum Ministro foi visitar a arena, o Presidente não se preocupou com o caso e em 2002 a lei foi alterada!

Relativamente à desobediênca civil, de Barrancos a Silves muitos trocaram de barricada. Os que ontem eram ferverosos defensores da tradição, hoje sorririam com uma carga policial sobre os activistas. Eu que me oponho às touradas de morte, continuo convicto de que a desobediência civil é um direito fundamental do cidadão em democracia.

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sábado, agosto 18, 2007

Os blogues, a imprensa e Sócrates


Interessante observar os caminhos da investigação de Vasco Carvalho no Zero de Conduta, realizada a partir da ferramenta Wikiscanner [o que é o wikiscanner?].

O blogger investigou e encontrou alterações à página de José Sócrates na Wikipédia (versão inglesa) feitas a partir de computadores do Governo Português na altura do escândalo da sua licenciatura na Independente. [ver o link para conhecer as alterações em questão]

A informação saltou para a imprensa. Bastante curiosa a forma como esta tratou a origem da informação. Quando a fonte é outro órgão de comunicação é sempre citado. A origem foi a investigação de um blogger, contudo alguns órgãos sonegam a fonte, outros referem o nome do blogue, e outros escrevem o url com erros. Uma análise abrangente está no Marketing de Busca, bem condimentada com informação sobre formas de linkar que desconhecia! Reina a subalternização do(s) blog(ues).

Alguma imprensa fez questão de identificar o blog como sendo onde escreve um assessor de imprensa do Bloco de Esquerda. Não o identificam e não referem que não foi foi ele a fonte e o autor da investigação, não compreendo portanto a relevância da referência! Estranha forma de de falar sobre blogues colectivos.

Entretanto os spin doctors vieram à luz do dia e a informação foi alterada. Os media passaram a nem sequer referir os factos iniciais e a reproduzir apenas a versão do Governo. O Gabinete do Primeiro-Ministro garante-nos que apenas interviu para repor a verdade e apagar calúnias. Felizmente temos o Governo para ser o guardião da Verdade Absoluta. Claro está que os media se esqueceram de referir que os factos iniciais eram verdadeiros, como Pedro Sales no mesmo blogue enumera e fundamenta.

Não me quero debruçar sobre o valor da informação na Wikipédia já que não é o centro da questão. Tem os seus erros, a sua subjectividade, mas também a História a tem. Em todos os casos é necessário ter presente o valor e crédito da informação disponibilizada. Neste caso periférico da licenciatura na Independente como noutros, Sócrates e o seu staff continuam empenhados em ser donos da Verdade absoluta e iluminada.

Entretanto, alguém se lembrou de ir ver as alterações que a imprensa portuguesa tem feito na wikipedia (lá fora a Fox News e a BBC são recordistas na coisa, para além de instituições como o Vaticano e a CIA). Ora, de acordo com o ContraFactos e Argumentos alguém a partir dos computadores do jornal Público alterou a página do jornal na Wikipédia (versão inglesa) de "daily" para "quality daily". Também a partir dos computadores deste jornal de qualidade foi acrescentada a frase "Also he is VERY gay" à página de Paulo Portas [vá, sejamos justos... pelo que vejo da listagem feita por esse blogger, o mesmo computador uma hora antes tinha retirado essa mesma referência, apenas a voltou a acrescentar. Ficamos sem saber quem foi o vândalo da Wiki que colocou a frase em primeiro]!

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quarta-feira, agosto 15, 2007

Liberais em part-time

O Banco Central Europeu emprestou mais de 200 mil milhões de euros aos bancos para compensar a crise no crédito à habitação de alto risco nos Estados Unidos. A Reserva Federal Norte-Americana emprestou 34 mil milhões de euros. Os bancos centrais da Suíça, Japão, Canadá, Austrália e Noruega também emprestaram dinheiro à banca.

Estranhamente os liberais continuam calados. Para estes liberais, a existência de um salário mínimo, o limite de 40 horas de trabalho semanal, o impedimento de despedir sem justa causa, etc., são interferências inadmissíveis no livre funcionamento do mercado. Porém, o emprestimo de quantias obscenas aos bancos não lhes faz qualquer comichão!

Não se preocupem que quando a discussão da legislação laboral voltar, estes liberais cá estarão para nos lembrar que o patronato investe e corre riscos, logo deve poder despedir sem motivo e sem indemnização. Riscos? (sim, esses riscos que os bancos centrais estão a cobrir, mas não digam nada! A realidade não pode incomodar a ideologia)

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Rui Costa 2 - Berardo 0


«Rui Costa? Fuck him»

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segunda-feira, agosto 13, 2007

As voltas da Volta

A etapa de hoje da Volta liga Aveiro a São João da Madeira, num total de 157,1 km! Cento e cinquenta e sete quilómetros e cem metros!!?? Na melhor previsão demoram 3h39min a chegar a São João da Madeira! Bah! Assim, partindo de bicicleta ao mesmo tempo que estes profissionais, garanto que ganhava a etapa! Tudo porque conheço o caminho, 40 km:

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domingo, agosto 12, 2007

Agosto é demasiado longo para a imprensa

sexta-feira, agosto 10, 2007

O Bloco e o Poder

[publicado no Diário de Aveiro, 10 de Agosto de 2007]


Celebrado o acordo em Lisboa entre o vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, e os eleitos pelo Partido Socialista, caiu o carmo e a trindade.

Antes de mais, assumo que na altura não concordei com a celebração do acordo, por duvidar que seja possível o seu cumprimento e pelo facto da nova lei de finanças locais ser da autoria de António Costa. Porém, agora que existe espero fortemente que seja cumprido, uma vez que contém políticas essenciais para melhorar a qualidade de vida em Lisboa.

Pela primeira vez, ouvi o representante da indústria de construção civil insurgir-se contra os órgãos eleitos de uma autarquia. Tudo devido a um dos pontos no acordo (que já fazia parte do programa eleitoral do Bloco) que prevê que em Lisboa o PDM seja alterado para que 25% das novas construções sejam vendidas a custos controlados. O excelso representante da construção assegura-nos que é uma medida própria de Havana. A imprensa reproduz as declarações agitando o fantasma. Em lado nenhum surge a informação: esta medida existe e funciona em cidades como Paris, Barcelona e Nova Iorque, portanto bastante longe de Cuba...

Concordando ou não com o acordo, este foi feito da melhor forma: escrito, declarado, público, claro e transparente. O acordo estipula as políticas de convergência, sendo que nas restantes os eleitos têm liberdade de voto. O documento estipula ideias e não se tratou da tradicional negociação de lugares.

O Diário de Notícias, apresenta-nos a notícia de que o acordo BE-PS em Lisboa pode ser um ensaio para em 2009 se repetir a nível governamental. Neste texto o DN cita quatro elementos do Bloco, todos rejeitam esse cenário, mas o título e a notícia mantém-se! Curiosamente, já antes o jornalista que assina a notícia tinha escrito o mesmo no seu blogue no formato opinião. Mas a notícia não ficou por aqui e no dia seguinte já se repetia como editorial.

Ora, como recentemente António Arnaut - fundador do Partido Socialista - afirmou «não há marcas de esquerda neste Governo». Não existem pontos convergentes na política governativa deste PS e do BE. Se o Bloco fosse uma instituição de caridade para o PS sem maioria absoluta já o tinha sido na primeira legislatura, quando Guterres aprovou o Orçamento do “Queijo Limiano”.

Por todo o país, subsistem várias coligações pós-eleitorais, assumidas ou encapotadas, das mais prováveis às mais estranhas. Mas nenhuma, por mais singular que seja, merece os comentários, extrapolações e a futurologia dedicada ao acordo (e não coligação) de Lisboa. A tentativa mediática de colagem para 2009 é totalmente descabida e não fundamentada, pelo que não me vou alongar a negar a possibilidade que alguém na imprensa se lembrou de criar.

O principal interessante destas últimas semanas tem residido em ver os fazedores de opinião tão depressa dizerem que o Bloco é um partido extremista do contra, meramente anti-poder que nunca estará disponível para fazer nada, apenas disponível para a comodidade da critica na oposição... como no momento seguinte dizem que o Bloco é um partido igual aos outros, que busca incessantemente o poder a qualquer custo. E, sem qualquer pudor, alternam estes dois discursos à discrição. O importante é estereotipar e não discutir as ideias apresentadas.

Interessa portanto definir a relação do Bloco de Esquerda com o poder. Eu nunca tive vocação para missionário nem para idiota útil. Não é minha intenção andar a pregar aos peixes nem ser a voz da boa consciência. A minha intervenção na política não se destina a apaziguar a minha consciência com a noção de dever cumprido mesmo que nada mude. O que eu pretende é a transformação na sociedade para que cada um de nós tenha uma maior qualidade de vida num todo mais justo.

O poder não é essencial para a mudança, podem ser operadas pequenas alterações mesmo fora da esfera do poder. Um exemplo é a passagem da violência doméstica a crime público, possibilidade que antes do Bloco existir nunca tinha sido proposta.

É portanto evidente que o exercício do poder me interessa: é a forma de realizar as transformações que eu - e nessa altura a maioria dos eleitores - considero necessárias. Não me interessa o poder para fazer mais do mesmo. O poder só vale a pena para fazer a diferença.

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segunda-feira, agosto 06, 2007

Desperta o revolucionário que há em ti


O ano passado o Vereador da Mobilidade assinalou o Dia Sem Carros com uma caminhada entre os Paços do Concelho e o Rossio [200 m impossíveis de fazer de carro].

Este ano já afirma como objectivo do Dia Sem Carros «devolver a rua aos cidadãos». Na retórica, Capão Filipe despertou o revolucionário que há em si... porém, aquilo que espero deste dia sem carros é o mesmo dos anos anteriores: puro folclore. A ver.

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sexta-feira, agosto 03, 2007

Afinal a modernidade já tinha chegado a Oliveira de Azeméis

Mesmo antes do Presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis prometer a chegada da modernidade com a construção de um novo centro comercial naquela cidade... eis que a modernidade já havia chegado dia 21 de Julho a uma freguesia daquele concelho: Cucujães.

Uma tourada de anões com o apoia da Junta de Freguesia local e com organização da Cruz Vermelha!!!!


[imagens de Gritos Insanos; - clicar para aumentar]
[via Renas & Veados]

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As contas da erosão

[foto P. R.]

[publicado no Diário de Aveiro, 3 de Agosto de 2007]


No passado sábado, o Bloco de Esquerda realizou uma iniciativa sobre os riscos para a orla costeira na Praia do Furadouro. Este local é o que apresenta maior erosão em toda a costa portuguesa, registando um avanço do mar de nove metros a cada ano que passa.

A acção realizada foi muito simples: com uma enorme fita métrica mediu-se da linha de água do mar para o litoral, fazendo assim uma previsão dos efeitos que a erosão costeira terá naquele local. A manter-se a mesma taxa de avanço do mar, bastam oito anos para que as águas cheguem à zona de habitação.

A erosão do litoral não é um fenómeno recente. Nas últimas décadas foi invertida a tendência dos últimos três mil anos e o nosso litoral começou a encolher. Este fenómeno deveu-se em grande parte a dois factores: às baragens que reduziram a quantidade de sedimentos a chegar à costa; e à fixação dos ambientes dunares devido à construção civil desenfreada no litoral. Este fenómeno tende a agravar no futuro próximo com a subida do nível médio do mar, fruto do aquecimento global.

A erosão costeira, como facilmente podemos constatar, é acima de tudo um fenómeno de causas antropogénicas, pelo que o desenvolvimento sustentável passou a ser uma constante do discurso político. Contudo, para muitos autarcas, o conceito de sustentabilidade assenta apenas no presente, esperando que no futuro milagres da técnica resolvam os problemas que hoje criam.

As soluções técnicas aplicadas na protecção da costa são meramente paliativas. A construção de estruturas físicas perpendiculares (pontões), paralelas (paredões) ou paralelas descoladas da costa representa custos exorbitantes, e a sua manutenção é igualmente dispendiosa. Porém, apenas resolvem pontualmente o problema, agravando a erosão a sul do local. A introdução de areia na costa atenua o problema, mas sendo de continuidade obrigatória equivale a atirar uma fortuna às águas do mar.

As autarquias aprovam áreas de construção em pela zona dunar ou de risco, com a geração de enormes lucros para privados. Volvidos uns anos, a mesma autarquia e o Governo dispendem uma fortuna a proteger esses empreeendimento legal mas indevidamente construídos que entretanto agravaram a erosão do local. É urgente que sejam implementadas políticas responsáveis de ordenamento da orla costeira, e essencial que as autarquias pugnem pelo desenvolvimento sustentável, protejam a paisagem e não se comportem como incentivadoras do mercado de especulação imobiliária.

Ovar destaca-se nos problemas de erosão costeira. No passado recente, a Câmara Municipal cedeu gratuitamente terrenos em zona dunar terceária (e que tinham estatuto de Reserva Ecológica Nacional) para a construção de uma arena de basket e um centro comercial (Sportsforum), com consequente abate de uma densa área florestada e a remoção de toneladas de areia.

No presente, o executivo da autarquia Ovarense está indignado com o chumbo de um empreendimento imobiliário no Furadouro (Zona turística do Carregal) pelo Ministério do Ambiente. Este projecto englobava um hotel, comércio, habitações e um campo de golfe a escassos metros do mar, em plena duna secundária na zona com maior taxa de erosão costeira do país. É o próprio Presidente Manuel Oliveira que mais incentiva o projecto, prometendo levar o caso ao Primeiro-Ministro para que seja reconsiderado. E no futuro ainda haverá espaço para um picadeiro.

O Vereador do Ambiente - José Américo - explanou bem a política da autarquia afirmando que o necessário «é que façam obras de defesa em toda a costa de Ovar», ao mesmo tempo que defende estas construções em zonas de risco e potenciadoras do problema da erosão.

Curiosamente, no mesmo dia em que o Bloco de Esquerda esteve no Furadouro, o Primeiro-Ministro José Sócrates foi ao Algarve apresentar dez novos empreendimentos de luxo na costa, declarados projectos de interesse nacional. Será mesmo que o que o Algarveprecisa é de mais betão na costa?

Este ano em Ovar vão ser gastos 6 milhões de euros na defesa da costa; a nível nacional prevê-se que nos próximos seis anos sejam gastos 300 a 400 milhões de euros. Portanto da próxima vez que lhe falarem dos benefícios e ganhos de campos de golfe e hotéis de luxo na costa, faça as contas e veja quanto lucra...

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quinta-feira, agosto 02, 2007

Centros comerciais: o caminho para a modernidade

O executivo PSD da Câmara de Oliveira de Azeméis diz que o centro comercial que será construído nos terrenos que a autarquia vai vender... «irá acentuar a modernidade, a inovação e a atractividade do centro citadino».

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quarta-feira, agosto 01, 2007

A sigla PL já estará ocupada!?

A ler a entrevista à Visão de António Arnaut [fundador e militante número 4 do PS, considerado o pai do Sistema Nacional de Saúde (o José Cid dirá já que é a mãe)] à revista Visão da semana passada. Para além de revelar que o PS vendeu o lugar de deputado a um tipo, sobre o seu partido diz-nos:

«A continuar assim não pode chamar-se socialista, tem de mudar de nome.»

«Sempre fui moderado no PS. Hoje estou na extrema-esquerda e sou o mesmo! O partido desviou-se tanto para a direita que, porventura, até estarei quase a sair [risos]...»

«Não há marcas de esquerda neste Governo.»

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