quarta-feira, janeiro 30, 2008

A actual situação na MoveAveiro

Hoje no Diário de Aveiro: Como avalia a situação que se vive actualmente na MoveAveiro, tendo em conta a greve dos trabalhadores e o anúncio da iminente concessão de serviços da empresa?


A situação actual na MoveAveiro, representa o fracasso da governação PSD-CDS. Insistentemente, o Presidente Élio Maia afirma que a sua grande obra tem sido a credibilização da Câmara Municipal de Aveiro, debilitada que estava por todas as suas dívidas. Como já tive oportunidade de dizer, nada descredibiliza mais a Câmara do que a falta de pagamento aos seus trabalhadores.
Os trabalhadores da MoveAveiro receberam com atraso o subsídio de Natal e o salário de Dezembro, situação inaceitável que se repete agora com o salário de Janeiro. Para mais, desde Abril de 2007 que o processo negocial do acordo de empresa se encontra num impasse.
É assim inadmissível que o processo de privatização/concessão esteja em curso no momento em que a autarquia não cumpre as suas obrigações para com os seus trabalhadores; que adia desde eternamente o processo negocial para o estabelecimento do Acordo de Empresa; e em que o Presidente afirma publicamente que a empresa não tem valor comercial.
A MoveAveiro poderá ser concessionada às partes (lanchas e ferry, autocarro, parquímetros e BUGAs). O seu desmembramento pode levar à desarticulação dos serviços prestados e levar à quebra da sustentabilidade de actividades não rentáveis mas essenciais ao serviço público. Por outro lado a autarquia corre o risco de assumir o ónus de manter essas actividades sem deter as actividades rentáveis entretanto entregues a privados.
A autarquia garante que o privado terá que manter os «serviços mínimos às várias freguesias» e o passe social. Claro está que, para tal, a Câmara subsidiará fortemente a futura empresa privada no equivalente a 50% daquilo que hoje investe na MoveAveiro. Portanto, no futuro a Câmara subsidiará e perderá dinheiro com um negócio privado (que hoje explora), do qual privados retirarão lucro. Novamente capitalismo sem risco.
Para o Vereador Pedro Ferreira «a qualidade do serviço irá aumentar» com a concessão, o que é no mínimo paradoxal já que assim declara que enquanto Presidente do Conselho de Administração da MoveAveiro não o consegue fazer.
Os transportes são um bem essencial e estruturante para a moderação do consumo energético, para um correcto ordenamento do território, para o combate à poluição e para o aumento da qualidade de vida, pelo que acarretam muitos benefícios económicos – e outros – não contabilizados.
Na nossa opinião, esta empresa de mobilidade deve continuar a ter gestão pública orientada para o interesse colectivo, com a possibilidade de controlo democrático por parte dos cidadãos, correspondendo às suas necessidades. Não reconhecemos qualquer vantagem num modelo de gestão privada subsidiada por todos nós.

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terça-feira, janeiro 29, 2008

Manual de terrorismo


A edição desta semana do jornal gratuito aveirense Ponto Final tem como título de capa «E se Aveiro estivesse nos planos terroristas?». A especulação substitui a notícia.

Na "notícia" ficamos a saber quantas pessoas trabalham, quantas visitam, quantas escadas existem e se existe plano de emergência nos edifícios alvo do semanário. Os dois locais mais frequentados na cidade não constam da lista.

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Agarrem-me senão eu faço e aconteço

A violência não é romântica

Massacre de Tiananmen, 1989
The Unknown Rebel, um cidadão chinês opõe-se a tanques do regime (foto Jeff Widener)

Numa troca de ideias sobre globalização/internacionalismo começada aqui, neste texto e na caixa de comentários, acabou-se a discutir a questão da violência na URSS e no processo de transformação da sociedade.

Primavera de Praga, 1968
Cidadãos da Checoslováquia opõem-se aos tanques soviéticos

A discussão prolongou-se ainda no Quotidiano da Miséria, onde o Filipe Guerra adornou a sua argumentação com umas fotos a preto e branco de revolucionários de arma em punho. Acontece que a violência não foi um episódio circunstancial, nem tão pouco [apenas] um instrumento para preservar a revolução contra o poder do capital. A violência foi o sistema, o sistema foi a violência. O propósito máximo da violência foi a manutenção do sistema, o seu desígnio a sobrevivência da nomenclatura.

Trabalhos forçados num Gulag

Cidadã ucraniana deslocada

A violência nada teve de heróico e estóico, apenas de cobardia. Tal como no capitalismo, o Estado arroga para si o monopólio da violência e exerce-a de forma visceral. Exerce-a contra o capital, contra vozes divergentes no movimento revolucionário, contra jornalistas e quem ousa ter opinião divergente, e pura e simplesmente contra a população.

Trotsky às portas da morte, 1940

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sábado, janeiro 26, 2008

Subsidiamos negócios

Tal como o Bloco já tinha previsto, a concessão da MoveAveiro a privados levará o município a subsidiar fortemente a empresa de mobilidade.

Neste momento a CMA tem prejuízo com a MoveAveiro. No futuro os privados concessionarão a MoveAveiro e terão lucro. Nesse período a CMA continuará a subsidiar a MoveAveiro. Portanto a CMA subsidiará e perderá dinheiro com um negócio privado, do qual privados retirarão lucro.

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E eu sou o Pai Natal

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Globalização para totós 2.0


Designa-se antiglobalização aquele que luta por uma globalização alternativa à existente.

O capitalismo apropriou-se da própria linguagem e designa como opositores do fenónemo - antiglobalistas - aqueles que, com uma enorme carga histórica, defendem a globalização social. Ao mesmo tempo a linguagem do sistema não tem qualquer pejo em nos apresentar os nacionalistas, proteccionistas, anti-migrações e promotores de guerras entre Estados como os defensores da globalização.

Historicamente a esquerda, concretamente a não alinhada com a experiência soviética, sempre se bateu pela globalização, ou usando outro vocábulo pelo internacionalismo. Como Marx escreveu, «os operários não tem pátria». Marx, Trotsky e mesmo Lenine sempre teorizaram que o socialismo é impossível num só país e que o seu sucesso só seria possível com outras revoluções proletárias a nível global.

De facto, um operário português e um operário sul coreano tem mais em comum entre si ou com as elites do seu respectivo país? Então de que lhes serve a globalização assente na guerra permanente e na substituição da democracia pelo Mercado? E porque raio é que na linguagem do regime eu sou anti-globalização?

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quarta-feira, janeiro 23, 2008

Remo, canoagem, triatlo, pesca, ...

Hoje no Diário de Aveiro: O presidente da Federação Portuguesa de Remo manifestou-se desfavorável à construção de uma pista olímpica em Aveiro, dado já haver uma em Montemor-o-Velho, a cerca de 60 quilómetros. O dirigente federativo tem razão?


Esta posição do presidente da Federação Portuguesa de Remo não é novidade. Reafirmou-a, mas continua a carecer, em nosso entender, de fundamentação.
Apesar do grande investimento, a pista de Montemor tem problemas a nível de correntes e ventos que provocam dificuldades à prática quer do remo, quer da canoagem. No entanto, um projecto co-financiado pelo Estado e pela Câmara Municipal de Montemor tentará corrigir estes erros até ao final do ano, não sendo tarefa fácil.
No entanto, em virtude dos atletas, sejam os da selecção, sejam os dos clubes só poderem treinar velocidade, em território nacional, nesta pista, ela revela-se manifestamente insuficiente originando que seja quase completamente utilizada pela canoagem.
A pista de remo de Cacia será uma obra com valências não só desportivas mas também agrícolas, industriais e ambientais. Em termos ambientais e agrícolas impedirá a subida e contaminação dos campos com água salina, servindo também a indústria residente.
A pista de Cacia, como as restantes, deve, no entanto, ser polivalente e dotada de infra-estruturas adjacentes que permitam a prática de remo, canoagem, natação, triatlo, pesca... bem como receber selecções e clubes servindo como pólo de atracção e desenvolvimento regional. As pistas olímpicas de canoagem são compostas por nove pistas de 1.000 metros, ao passo que as de remo são compostas por seis ou oito pistas de 2.000 metros. É fundamental que, tal como está planeado, as pistas tenham um mecanismo que permita a alteração do perfil da pista consoante a necessidade e não sejam mono-desportivas.
Portanto, sendo a pista útil a questão que se coloca é se Portugal tem espaço para três pistas olímpicas (Montemor, e no futuro Aveiro e Ponte de Lima, e eventualmente outra a sul ainda não prevista). É um facto que estas três pistas estão concentradas a norte, mas também é a norte de Aveiro que se encontra a esmagadora maioria dos clubes de canoagem (que de resto tem muitos mais praticantes que o remo).
Atendendo a que as modalidades de velocidade só podem ser treinadas e praticadas em pistas olímpicas, a existência de três não se revela um excesso, principalmente se forem dinamizada não só em termos nacionais mas também europeus com a realização de estágios.
A construção das pistas não deve contudo ser um acto estanque, devendo ser acompanhadas por uma política de incentivo à prática de desportos fluviais, assim como de educação ambiental e da despoluição dos cursos de água.
As pistas portuguesas reúnem condições para serem de topo a nível europeu, com a consequente rentabilização desportiva e económica das infra-estruturas. Desta forma não compreendo a obsessão do presidente da Federação Portuguesa de Remo em reeiterar sucessivamente a sua oposição a outras pistas que não a de Montemor, ainda para mais sendo já evidente que esta não consegue abarcar as solicitações conjuntas quer do remo, quer da canoagem. Porém, o investimento camarário na construção da pista de Cacia deve ser feito de forma responsável e não com os avanços e recuos que se vão conhecendo.

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terça-feira, janeiro 22, 2008

Foi você que pediu um mamarracho?



Actualmente o prédio mais alto de Aveiro é o edifício da Segurança Social com 13 andares que tão bonito fica a romper a skyline da cidade! O novo mamarracho ficaria numa zona onde a cércea envolvente é ainda menor. Há várias questões a colocar: será de interesse verificar o estatuto do solo em questão, se é ou não propriedade municipal, e já agora ver qual a posição relativa deste mamarracho e do parque de estacionamento (da parceria estacionamento-escolas) previsto para a mesma zona e cujo concessionário ficará com o direito de superfície.

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sexta-feira, janeiro 18, 2008

O Mourinho das Financas

...pelo menos a nivel da indemnizacao: 10 milhoes no momento e uma pensao vitalicia de 500 mil/euros por ano. A justa recompensa pela sua boa gestao. O capitalismo e' sempre bom para os amigos.

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quinta-feira, janeiro 17, 2008

E porque o dinheiro custa a ganhar

O sistema operativo utilizado nos laboratorios informaticos desta universidade privada e' Linux (existindo pelo um lab Microdoft - onde estou hoje). As universidades portuguesas sao instituicoes mais ricas, assim como as nossas autarquias e o proprio Estado.

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Quanto custa renomear uma universidade?

Aqui a Universidade (privada) tem nome de marca de cafe e de rede de cafes! Depois de receberem um donativo de 200 milhoes de euros da Fundacao Jacobs - o magnata local - decidiram rebaptizar a universidade com o seu nome.
Na universidade 75% dos alunos nao sao alemaes, sao de 94 nacionalidades diferentes. As propinas sao 20 mil euros/ano (embora muitos tenham bolsas que as paguem parcialmente). Funciona em regime americano: integralmente em ingles, dois semestres com datas iguais ao dos states, todos os alunos vivem no campus. O campus e' uma antiga base militar alema desactivada no final da guerra fria.
Evidentemente, como universidade privada que e', a maior parte da sua pesquisa e' aplicada. A investigacao e' direccionada para as necessidades da industria e muitas vezes financiada integralmente por ela, alias como se pode ver pelas noticias no seu site sobre os projectos em curso. Obviamente, a investigacao fundamental nao sera prioridade.

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quarta-feira, janeiro 16, 2008

A doutrinação começa na escola


Algo esta' mal no sistema educativo turco! Na escola nao ensinaram ao turco do grupo que as Cruzadas foram um momento glorioso e moralmente nobre da Historia da Humanidade!

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terça-feira, janeiro 15, 2008

Globalização para totós 1.0

Sapatos Rohde nas montras de Bremen,
ao mesmo tempo que despede milhares de trabalhadores em Portugal

Chama-se globalizacao ao fenomeno que apenas funciona e consiste na divisao do planeta em dois mundos dispares e estanques. O mundo produtor deve ser estranho e alheio ao mundo consumidor. Este fenomeno ocorre para satisfazer dois preceitos, um economico (e logo ideologico) e outro puramente ideologico.

Na economia de mercado, o consumidor ao comprar os seus brinquedos nao deve ter presente o sangue, suor e lagrimas envolvidos na sua producao. O consumidor ate podera ter consciencia do sofrimento envolvido mas e'-lhe algo estranho e distante, que nao o envolve a ele nem aos seus pares. Poucos comprariam brinquedos se tivessem sido produzidos pelo filho do vizinho ou pelo seu proprio filho de 10 anos, em regime de escravatura assalariada, trabalhando 16h/dia, 7dias/semana. Como isto acontece com aqueles que nos sao estranhos e distantes, o consumo processa-se sem remorsos.

Ao longo da Historia do capitalismo, sempre existiu uma dissociacao entre a mercadoria produzida e o salario pago ao trabalhador. A mercadoria e' convertida directamente em dinheiro, mas o trabalhador e' pago em dinheiro e nao com os brinquedos que produz, a mais-valia apropriada nao e' clara e explicita. No mundo globalizado, esta dissociacao e' ainda maior ja que o mundo consumidor - tambem ele na sua maioria composto por trabalhadores assalariados - nao reconhece naquilo que consome o resultado de trabalho. Consumado o divorcio entre consumo e producao o capitalismo e' um sistema perfeito sem custos sociais...

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segunda-feira, janeiro 14, 2008

Outra latitude, a mesma luta

Cidadaos sem abrigo protegem-se do frio encostados ao McDonnald's.

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Ansiedade

Calma rapazes... ainda falta um mes!!!

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domingo, janeiro 13, 2008

Vou ali e já volto

Bremen, Alemanha

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sábado, janeiro 12, 2008

Once upon a time...

Cartaz retirada do SInBAD [clicar para aumentar]

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sexta-feira, janeiro 11, 2008

Oportunidades de negócio

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Dakar - Paris


Imagine um rally de Africanos pelos campos da Europa onde, todos os anos, europeus morrem atropelados pelos todo-o-terreno que passam pelas suas propriedades ou junto às suas vilas.
Já agora façam uma visita condimentada ao Pimenta Negra [de onde pesquei o vídeo] que já conta com três anos.

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Queremos mentiras novas

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sexta-feira, janeiro 04, 2008

Votos para 2008


O semanário Ponto Final publica hoje vários votos para 2008, cá ficam os meus:

Num país onde 20% da sua população vive abaixo do limiar da pobreza, e que seriam 40% se não existisse apoio social, o meu maior desejo para 2008 só pode ser a profunda alteração deste sistema gerador de pobreza e desigualdade. Espero que 2008 não seja mais um ano de aumento do desemprego e de desmantelamento dos serviços públicos (sistema nacional de saúde, educação, etc.). Deixo ainda os meus votos de felicidade individual e colectiva.

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quinta-feira, janeiro 03, 2008

A voz do dono


Nos noticiários de hoje:
Num dias com notícias pesadas para o Governo tivemos na RTP um noticiário ligth! No estúdio estava o Ministro da Saúde para no final de cada notícia dar a "verdade". Correia de Campos mostrou-se exímio no jogo de cintura: questionado sobre os protestos em Anadia preferiu elogiar o feito de uma empresa privada na área da farmácia; questionado sobre o caso mortal de Aveiro respondeu que o Hospital referência de Anadia é o Hospital de Coimbra e não o de Aveiro; e considerou o caso de Peso da Régua uma situação de certa forma normal.

Que em cada dia esteja o respectivo ministro para, sozinho e com liberdade de fugir às questões colocadas, nos transmitir a verdade.

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Perante a ofensiva das grandes superfícies para abrirem ao domingo...

Apanhado no Tempo das Cerejas, via Cinco Dias

Cartaz da campanha «Trabalho ao Domingo Não» que venceu o referendo na Suíça em 2005, mais cartazes desta campanha podem ser visto no Papéis de Alexandria.

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A "reestruturação" do serviço nacional de saúde


Notícia na edição de hoje do Diário de Aveiro:
Hospital de Aveiro: Serviço de Urgência em «ruptura completa»
As Urgências do Hospital de Aveiro não conseguiram ontem dar resposta ao súbito aumento da afluência ao serviço. Para além dos atrasos no atendimento, estará de volta o perigo das infecções hospitalares, devido ao aumento do número de camas nas enfermarias
(...)
O súbito aumento da afluência poderá estar relacionado com o fecho de serviços de Urgências da região, como Anadia. Luís Delgado, director do estabelecimento de saúde, não se encontrava no hospital e não quis prestar qualquer esclarecimento, remetendo uma possível declaração para Lurdes Sá, directora clínica, com quem não foi possível chegar à fala até ao fecho desta edição.


E no Notícias de Aveiro:
(...) morte de uma idosa enquanto aguardava na maca atendimento na urgência, quarta-feira ao final da tarde.
A utente esteve quatro horas no serviço, onde deu entrada no hospital cerca das 13:00. A indicação dada aquando da triagem, de uma urgência intermédia, implicaria o seu atendimento no prazo de uma hora.

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quarta-feira, janeiro 02, 2008

Quem petróleo nos dá, amigo da democracia é!

Fouad al-Farhan foi detido na Arábia Saudita por delito de opinião, no seu blogue mostrou-se solidário com vários presos políticos. [Via esquerda.net]

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A democracia fica em família

O filho de Benazir Butho, de 19 anos e a residir e a estudar em Oxford, é o escolhido para novo presidente do Partido do Povo Paquistanês. Como vice-presidente do partido fica o marido de Benazir Butho. O filho fará a campanha e após as eleições regressará a Oxford, sendo que o pai fica no Paquistão a comandar o PPP.

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