Aceitem os avisos, caladinhos
Adenda às 18h45: afinal aproveitaram e meteram um Vereador do PS no lugar da directora exonerada. Perdão por me imiscuir nos vossos assuntos.
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No último ano houve um aumento de 12,5% no número de trabalhadores precários. Há agora 100 mil novos precários em relação a 2006. Não é só o desemprego que cresce, é a própria estrutura laboral que está em mudança. Neste momento, em Portugal 21,5% dos trabalhadores são precário. Portugal é assim o segundo país da União Europeia com maior percentagem de precários.
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[publicado no Diário de Aveiro, 7 de Junho de 2007]
A última edição do jornal Expresso, no suplemento Única, trazia um projecto de requalificação para a Avenida Lourenço Peixinho da autoria de João Paulo Cardielos e Tiago Filipe Santos. Este projecto foi distinguido no concurso “Vamos Fazer a Cidade” organizado por aquele semanário.
A proposta de requalificação envolvia a redução das faixas de rodagem para uma em cada sentido com estacionamento em paralelo e a reconfiguração de toda a zona central da Avenida. A proposta dotaria a zona central de dois auditórios, de um campo de futebol e um de basket, espaços para leitura, exposição, Internet, desportos radicais, multi-usos, um centro de turismo, quiosque e bar e ainda de uma piscina. Estas estruturas estariam enterradas ou à superfície e seriam ainda acompanhadas de um corredor central para peões e ciclistas.
A análise dos autores do projecto refere que nos anos 80 acentuou-se na Avenida a troca da ocupação residencial pelo comércio e serviços, e que nos anos 90 as fusões de empresas e bancos levaram à desocupação e consequente degradação dos imóveis e que agora a Avenida é um lugar deixado nas mãos de um capitalismo egoísta.
Revejo-me no conceito do projecto, que consiste em devolver a Avenida ao cidadão, mas não me revejo na sua concretização. Mas o projecto poderá ter o mérito de impulsionar a discussão e as ideias sobre a Avenida.
A primeira discussão que devemos ter é para que serve a Avenida. Ora, em termos de acessibilidades, a Avenida sempre foi a via que permitia a deslocação entre dois pontos urbanos relativamente próximos. Este paradigma foi alterado recentemente com a construção do túnel da estação que tornou a Avenida numa entrada e saída da cidade. Deste modo, urbanisticamente, o túnel não veio resolver nenhum problema mas sim criá-lo. A Avenida tornou-se uma via de trânsito mais rápido, com menos árvores. Portanto temos que definir se a Avenida deve ser uma via de excelência para o automóvel ou para o peão. Da minha parte, considero que o modelo de desenvolvimento urbano assente na dependência do automóvel é absolutamente insustentável e que o espaço público deve pertencer ao cidadão e não ao automóvel. Para além da questão ambiental, o automóvel ocupa bastante espaço na cidade, reduz a densidade populacional e alarga a cidade.
A Avenida deve ser um espaço público de usufruto do cidadão. Fica no centro da cidade e tem todas as potencialidades. Na minha opinião, o ideal seria uma Avenida exclusivamente pedestre. Estando consciente que será necessário conciliar o ideal com o possível, a Avenida deveria ser – como no passado recente – uma via de trânsito lento e interno na urbe. Em Aveiro a opção por uma via pedestre não agrada aos comerciantes, contudo a Rua Augusta e a Rua de Santa Catarina são as ruas mais comerciais de Lisboa e Porto, e ambas são pedestres.
Posto isto, há que saber o que fazer com as opções do passado. Nesta óptica, a construção do túnel da estação foi um erro crasso, mas agora que existe o que fazer com ele? Certamente não podemos de ânimo leve tapar algo que custou 5 milhões de euros. Associado a este erro há outro, a rotunda da EN 109 que extemporaneamente a torna numa via de trânsito lento.
Na requalificação da Avenida não se pode olhar apenas para baixo. A Avenida é envolta e delimitada por edificação heterogénea, onde há já vários prédios devolutos. O referido projecto nada sugeria para este ponto, mas entendo que é exactamente esta recuperação a mais urgente sob pena de acentuar o abandono da Avenida. Apesar da deficitária situação financeira da autarquia é imperativo a defesa do património edificado em detrimento da nova construção periférica. A recuperação da habitação existente no núcleo urbano mais antigo para arrendamento que promova a sua dinamização tem que de ser uma das prioridades da política da autarquia. Não podemos permitir a morte do centro urbano e o crescimento da cidade em mancha de óleo.
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[publicado no Diário de Aveiro, 1 de Junho de 2006]
O desemprego atingiu o valor máximo dos últimos anos com a subida registada no primeiro trimestre deste ano. O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, desvalorizou este facto e justificou-o dizendo que no início do ano existe alguma sazonalidade. Fala o Ministro como se essa sazonalidade não existisse todos os anos, como se não fosse exactamente essa a definição de sazonalidade.
As políticas laborais do Governo são uma continuidade com as políticas seguidas pelos executivos anteriores. A nova paixão chama-se flexisegurança que na prática corresponde à liberalização dos despedimentos, como se essa fosse a solução para o desemprego! A desregulamentação laboral seguida pelo Governo assenta no princípio neoliberal da “liberdade” nas relações laborais, como se na altura de assinar contrato a relação de forças entre patronato e trabalhador fosse iguais, como se existisse a liberdade do trabalhador em optar por não assinar o contrato.
A greve é uma forma legítima dos trabalhadores defenderem os seus direitos e tentando influenciar a política do Governo. Nada que o poder económico não faça, quer às claras como através do Compromisso Portugal, quer de formas mais subtis. Numa altura de desemprego crescente, da perda de direitos sociais, de desregulamentação do mercado de trabalho, e dos ataques à segurança social, ao ensino público e à segurança social, ao mesmo tempo que ocorre uma polarização na acumulação da riqueza, impõe-se um protesto como a greve geral.
Concordando em absoluto com a necessidade, o momento e os objectivos e tendo aderido à greve geral, quero deixar aqui outro tipo de considerações. Nas décadas mais recentes ocorreu uma grande transformação nas relações laborais e na estrutura das empresas que retiraram influência à greve. A precarização da relação laboral leva a que quem tem contrato a termo ou a recibo verde se veja inibido de exercer o seu direito à greve. Da mesma forma as empresas passaram a ter uma estrutura que envolve poucos trabalhadores. Destes dois pontos temos que é a administração pública que representa o grosso da greve, uma vez que fora deste grupo os vínculos laborais são precários. Este facto é continuamente descontextualizado e utilizado pelo Governo para colocar os fracos contra os fracos: trabalhadores do privado contra trabalhadores do público. Outra alteração que ocorreu foi o aumento do desemprego, o que leva a que parte da população não seja incluída da luta quando esta toma a forma de greve.
A nossa democracia representativa esgota o poder do cidadão no voto. Mas para além desta cidadania sazonal o cidadão tem mais dois poderes: o de não produzir, exercido durante as greves, e ainda o de não consumir que tem sido menosprezado.
Dia 30 realizou-se a greve geral, a quinta desde 1974 e a que teve mais coacção e intimidação do Governo sobre os trabalhadores para que estes não aderissem à greve. O Governo tentou fazer o tratamento autónomo de dados dos trabalhadores da administração pública que fizessem greve. Nos dias anteriores à greve saíram os formulários a preencher com a identificação do trabalhador grevista. A Comissão Nacional de Protecção de Dados proibiu este procedimento, por constituir não só uma violação da Lei de Protecção de Dados, mas da própria Constituição.
Atendendo à nossa vivência social, o impacto da greve e a verdade em geral é-nos transmitida todos os dias às 20 horas e aí a coisa correu de feição. As conferências de imprensa foram exemplares. As televisões transmitiam tranquilamente dois secretários de Estado a debitar as suas razões e números, os jornalistas entenderam não serem necessárias perguntas. Nada sobre a intimidação governamental sobre os trabalhadores. O secretário de Estado pode afirmar que quem não fez greve está do lado da política governamental, sem que nenhum jornalista se lembre de perguntar se essa não-greve se deveria ao vínculo precário de muitos trabalhadores, precariedade resultado dessa própria política. De seguida foi a conferência de imprensa da CGTP. Aí os jornalistas já entenderam por bem fazer várias questões, não no fim da intervenção de Carvalho da Silva, mas durante, inviabilizando-a.
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